Sri Lanka: como os neoliberais aproveitaram um desastre para roubar a população

Em 26 de dezembro de 2004, um gigantesco tsunami atinge costas do continente banhadas pelo oceano Índico na Ásia, foi um dos maiores desastres naturais conhecidos. O tsunami causou a morte de mais de 250 mil pessoas  em 14 países diferentes e deixou cerca de 2,5 milhões de desabrigados. Os países mais atingidos catástrofe foram a Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailândia.

Além das perdas humanas, as perdas materiais foram gigantescas, a costa de muitos destes países foi varrida pelas águas do oceano. No Sri Lanka, e que se seguiu em outros países, o desastre foi aproveitado por grandes redes de hotelaria, conforme a política neoliberal, para destruir as vilas de pescadores e expulsá-los em proveito dos hotéis instalados na região, destinados fundamentalmente a turistas.

Na Baía de Arugam no Sri Lanka, antes mesmo do tsunami já havia uma disputa entre os pescadores e os hotéis e Resorts, as praias paradisíacas e o ambiente rústico atraíam grande contingente de turistas, um dos fatores fundamentais da economia local, os hotéis no entanto pressionavam para a retirada dos pescadores de suas próprias vilas pois alegavam que sua presença incomodava os turistas. A tensão entre os pescadores locais e as redes de hotéis aumentou alguns meses antes do tsunami quando ocorreu um incêndio que destruiu várias cabanas de pescadores que perderam tudo, um incêndio logicamente criminoso.

O tsunami prestou um valioso serviço às redes de hotéis, “limpou” a praia por completo, ou seja retirou o maior empecilho ao plano da redes hoteleiras, os pescadores, deixando apenas o um paraíso para o turismo. quando a situação melhorou as famílias voltaram à praia, porém foram recebidas pela polícia que as impediu de reconstruir sua casas, nada poderia ser construído nas praias, somente 200 metros distância no minimo, porém não havia espaço para construir, as famílias ficaram abandonadas.

Para receber rações alimentares e algum dinheiro do governo, as famílias deveriam ir para acampamentos temporários no interior do país, bem distante das praias, isso se seguiu em toda costa do país. Os acampamentos na verdade pareciam mais com campos de concentração, barracões feitos de lata, e cada vez mais sujos e vigiados por guardas com metralhadoras. Segundo o governo era medida de segurança contra novos desastres, porém o governo não teve preocupações de segurança com os Resorts e hotéis de luxo, pelo contrário encorajou a reconstrução.

O governo contratou uma equipe de consultores internacionais,que elaborou um plano para reconstrução da Baía de Arugam, A baía deveria ser aplanada e transformada em vilarejo a beira mar com charme hippie e destino “turístico de boutique”, o que foi feito. Toda essa experiência foi descrita por Naomi Klein em seu livro A Doutrina do Choque.

Todo o plano veio a público, os pescadores estavam totalmente excluídos e seriam removidos para outras localidades. E mais toda “reconstrução”, ou seja, a expansão dos hotéis pela costa seria financiada pelo dinheiro recolhido em nome das vítimas do tsunami, oitenta milhões de dólares.  

Quando o plano se tornou público gerou uma revolta das vítimas. O tsunami gerou um grande alvoroço nos mercados internacionais, era uma grande oportunidade de reconstruir o país sob a direção das grandes corporações imperialistas. O FMI e o Banco Mundial logo se colocaram a disposição para empréstimos, logo prepararam também o plano econômico para o Sri Lanka, a sua “terapia de choque”.

Quer saber o porque e como o imperialismo mundial se aproveita ou mesmo cria situações de calamidade social para impor uma reestruturação econômica completa  e neoliberal do país.  

Não perca a 41ª Universidade de Férias e acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária, que ocorrerá entre os dias 26 de janeiro a 08 de fevereiro. O tema desta edição será: a crise histórica do capitalismo: do surgimento do imperialismo ao neoliberalismo. Vamos debater o neoliberalismo, a estratégia brutal e a ideologia cínica da burguesia imperialista mundial. É necessário conhecer profundamente a estratégia do inimigo para o derrotar, bem como os fundamentos históricos e econômicos do neoliberalismo, ou seja, a crise terminal do capitalismo, a sua agonia.  

Coordenado e ministrado por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), militante revolucionário, dirigente e intelectual marxista, profundo conhecedor do tema.

Venha para a 41ª Universidade de Férias e Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Para mais informações acesse o site do evento aqui