Sob ataque da direita, STF encerra debate sobre aborto

A ação que corre no STF (Supremo Tribunal Federal) visando a descriminalização da prática de aborto é uma das mais apoiadas, logo isso gera uma pressão maior para que a mesma seja aprovada para que se garanta esse direito elementar para as mulheres. Diante dessa situação, a ministra Rosa Weber, decidiu encerrar o debate sobre a descriminalização do aborto realizado naquela Corte, feito para dar uma aparência democrática à decisão imperial que o STF está chamado à tomar sobre o assunto de interesse de todo o povo brasileiro e, principalmente das mulheres, que constituem a sua maioria.

Ao longo de dois dias, a ministra acompanhou diferentes posicionamentos sobre o tema em uma audiência pública que reuniu, no STF, mais de 50 pessoas convidadas para opinar sobre o assunto, entre pesquisadores, médicos, representantes religiosos e juristas.

Em uma das várias exposições a favor do processo, a pesquisadora Débora Diniz esclarece que a criminalização do aborto só serve à manutenção de tabus e de uma realidade de violência e mortes para as mulheres brasileiras.

Sem prazo formal, a ministra Rosa Weber terá a missão de defender uma alteração ou a manutenção da legislação brasileira. Porém, a direita não tem pressa.  Segundo a ministra, agora o tempo é “para refletir” sobre todas as arguições que presenciou. Além disso a ministra aguarda manifestação da procuradora geral da República indicada pelo governo golpista de Temer, Raquel Dodge, sobre o assunto.

Vale lembrar que tanto a ministra do STF quanto a procuradora estão em estreita sintonia com os setores da direita golpista que se colocam prontamente contra essa reivindicação histórica na luta das mulheres, principalmente com o golpe de Estado que permitiu que os setores mais obscuros se infiltrassem no cenário político.

Sendo assim, somente uma ampla mobilização popular irá derrotar os entraves impostos pelos setores que atacam as mulheres, tais quais segmentos religiosos e a direita, os mesmos que, em 2016, foram responsáveis pelo golpe no País.