Serviçal do latifúndio assassino: justiça do Pará mantém padre Amaro preso há 90 dias

A Justiça do Pará mantém há 90 dias o padre José Amaro Lopes de Sousa, conhecido como padre Amaro. A prisão de padre Amaro ocorreu no dia 27 de março deste ano e ocorreu num conluio de latifundiários e grileiros de terra paraenses com a justiça do Pará para intimidar a luta pela terra no Estado e, em especial na região do município de Anapu.

Padre Amaro é coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Anapu, sudoeste do Pará, região de extremo conflito e violência contra as famílias sem-terra que resultou em dezenas de mortes e, que ficou conhecida internacionalmente, a morte da missionária Dorothy Stang.

É evidente que a prisão do coordenador da CPT em Anapu é política fruto da perseguição de latifundiários e da justiça. Segundo a CPT, padre Amaro está na lista de pessoas marcadas para morrer devido ao apoio aos movimentos de luta pela terra e denuncia dos assassinatos e violência dos latifundiários e seus pistoleiros.

2017 foi o ano mais violento das últimas décadas no campo. Isso se refletiu nas perseguições políticas de lideranças e pessoas que atuam em defesa da reforma agrária ou dos direitos humanos. O Estado do Pará liderou essa violência e revela a atuação conjunta dos latifundiários, estado golpista e judiciário, onde esses órgãos atuam se defendendo de maneira conjunta e acobertando os crimes cometidos, dando carta branca para pistoleiros que na maioria das vezes são policiais civis e militares do Estado contratados pelos latifundiários.

É preciso denunciar esse apoio da justiça e do estado golpista, nesse caso sob a coordenação do tucano Simão Jatene, aos latifundiários e pistoleiros, mas também na perseguição a lideranças da luta pela terra e na defesa dos direitos humanos para intimidar e acabar com a luta pela terra no Pará.

Liberdade imediata para o padre Amaro!