Se Eletrobras for privatizada, apagão não será falha, mas rotina

Com o aprofundamento do golpe de estado no país, é de suma importância olhar-se para todos os fenômenos com cautela. Esta semana, mais especificamente na quarta feira, 21, ocorreu um retrocesso que não era visto, nessa extensão, desde o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso: um apagão que acometeu 13 estados das regiões Norte e Nordeste do país. Retrocesso que aconteceu em menos de dois anos de um governo regido pela direita golpista.

É importante salientar que os blecautes eram comuns no governo FHC e tal acontecimento ocorrer neste período de intenso desgoverno da direita, em suas amplas medidas de privatizações, não é coincidência. O Bipolo de Xingu, onde ocorreu o problema, é um aparelho que foi planejado e montado pela equipe chinesa da State Grid, que é uma grande interessada na privatização da Eletrobras. Pode-se, inclusive, olhar para o fenômeno com viés proposital. Ou seja, uma política suja da direita, para justificar o ato de tornar privada a estatal.

Segundo o Conselho Nacional de Eletricitários (CNE), em nota, é de suma importância “montar um grupo de técnicos para analisar, em paralelo, as causas da ocorrência e do blecaute, assim como sobre as responsabilidades relacionadas, visto que a ocorrência poderá servir para nortear as decisões sobre o processo de privatização do grupo Eletrobras”.

O interesse da burguesia em privatizar importantes grupos como a Eletrobras é claro: deixar a população presa a um sistema precário de transmissão de energia para garantir seus próprios lucros. Com aparelhos mal planejados e operados, tornando os apagões frequentes. Outro determinante para privatização envolve os custos. Tornando a estatal um órgão privado, consequentemente irá haver o aumento nos custos do serviço de energia para população.

Um exemplo bastante claro são as companhias telefônicas. Após sua privatização, a qualidade de atendimento ao povo a telefonia se tornou ruim, cara e sem perspectivas de avanços no que se refere a qualidade de serviço prestado à população. O mesmo acontecerá com a Eletrobras se cair nas mãos da iniciativa privada.

Tal apagão foi apenas o começo de uma série de problemas que a companhia apresentará se for privatizada. É de extrema importância que a luta contra o golpe seja intensa, para que tais medidas não ocorram como espera o governo da direita. É preciso lutar contra as privatizações, que geram aumento nos preços para a população, além de serviços deficientes. A infraestrutura do Brasil, com a atuação dos governos neoliberais tornará se precária, como já está sendo visto. Essa é a política imperialista para os países atrasados: tornar a burguesia cada vez mais poderosa e o operário cada vez mais perseguido e explorado, deixando-o de mãos atadas na escuridão. Literalmente, em todos os aspectos.