Sair às ruas contra o golpe e em defesa das reivindicações das mulheres

Leia abaixo a declaração do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, do PCO, para o 8 de março

  • Não à prisão de Lula
  • Não à intervenção militar no Rio de Janeiro
  • Anular o impeachment e devolver o mandato à primeira mulher eleita presidenta
  • Revogar todas as medidas dos golpistas contra as mulheres e todo o povo

O Brasil está vivendo sob um golpe de Estado da direita, que é a maior inimiga das mulheres.

Neste mês de março, em que se comemora o Dia de Luta da mulher trabalhadora, a direita se prepara para aprofundar o golpe, com a prisão de Lula (“autorizada” pelo STJ que negou habeas corpus, mostrando a parcialidade e ditadura do Judiciário), com a intervenção militar no Rio de Janeiro e a ameaça de uma intervenção militar em escala nacional.

A dominação da direita significa um ataque aos direitos das mulheres em larga escala. É por um lado, prender e reprimir as mulheres que fazem a aborto, negar o direito da mulher sobre seu próprio corpo; e por outro lado, não dar nenhuma condição para que as mulheres, em especial as trabalhadoras, possam criar seus filhos. O programa da direita é o programa neoliberal, de miséria; de liquidação dos direitos trabalhistas, de privatização e devastação da economia nacional e de fim dos gastos sociais do governo. Isso significa deixar as mulheres trabalhadores à sua própria sorte, sem creches e escolas para seus filhos, sem saúde pública e sem assistência de nenhum tipo.

E se essa é a situação no Brasil, no resto do mundo é ainda pior. As mulheres compõem a maior parte da massa de miseráveis do mundo.

Essa é a verdadeira situação de opressão da mulher. Não podemos deixar de lado essas questões fundamentais para se dedicarem a problemas de forma, como a aprovação da lei que pune a pessoa que falar determinadas coisas contra as mulheres. É preciso lutar contra o golpe e as instituições dominadas pela direita, que não vão defender o direito das mulheres, dos oprimidos e explorados, mas atacá-los.

Em 2016, na campanha para derrubar Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita para a presidência do Brasil, a direita promoveu um ataque não apenas o PT ou a esquerda, mas às próprias mulheres, demonstrando um desprezo acintoso pela figura feminina. Buscaram desmoralizar a primeira mulher eleita para o cargo político mais importante do país.

Nesse 8 de março, em que as mulheres estão prestes a sofrer um brutal ataque, precisamos resgatar a tradição dos partidos  que estabeleceram essa como uma data de luta das mulheres, ou seja, a luta por suas reivindicações fundamentais.

Nesse sentido, as mulheres precisam se organizar para lutar por seus direitos e contra a sua opressão.

Devemos, no entanto, ter claro que a sua situação não pode ser efetivamente mudada de maneira isolada do resto da sociedade, ou seja, sem promover uma transformação geral da sociedade em que vivemos hoje, o que só pode ser feito pela classe operária e suas organizações de luta.

Por isso, a luta das mulheres deve estar intimamente ligada à luta contra o capitalismo e pelo socialismo. Ou seja, à luta pelo tomada do poder do Estado pelos trabalhadores.

Os setores feministas que negam essa perspectiva, estão negando de fato a possibilidade de emancipação das mulheres.

Isso porque a opressão da mulher não está na cabeça dela, mas sim no mundo real. Ela recebe menos, ela está presa por mil amarras ao lar, ao trabalho doméstico e à criação dos filhos.

E no capitalismo, a escravidão da mulher é inclusive literal, uma vez que o negócio mundial mais lucrativo é justamente o de tráfico de pessoas, o que significa na esmagadora maioria das vezes o tráfico de mulheres para que sejam escravas sexuais.

A revolução e o socialismo, o governo dos oprimidos, será obra das trabalhadoras e trabalhadores, da classe operária e de sua mobilização revolucionária, que unifique a maioria dos explorados que vivem sob a opressão da sociedade capitalista, sendo que a mulher ocupa aí um papel de destaque na luta por um governo operário, dos trabalhadores da cidade e do campo, uma vez que ela representa mais metade da população.

Nesse sentido, a luta da mulher pelo direito ao aborto, como foi a luta pelo voto, são parte da luta geral do povo pela transformação geral da sociedade, pela revolução, pelo socialismo.

A luta que está colocada de imediato para as mulheres neste 8 de março é a luta contra a direita, contra a prisão de Lula, contra a intervenção militar e contra toda a ofensiva da direita que tem como principal alvo as mulheres.. É a luta contra o aprofundamento do golpe, contra a ampliação da dominação da direita, que vai agravar sobremaneira a situação de exploração já intensa que a mulher sofre atualmente.

Por isso, neste 8 de Março, chamamos a todas as mulheres a saírem às ruas e tomarem a dianteira na luta contra o regime golpista, inimigo das mulheres e de todos os explorados.