Sabotagem dos EUA: Nike deixa iranianos sem chuteiras

Parte da esquerda nacional, reproduzindo justamente o que a burguesia quer que reproduza, insiste em dizer que futebol não tem nada a ver com política. Outra parte, igualmente desorientada, admite que há relação entre futebol e política, mas que o correto para a esquerda seria torcer contra o Brasil, pois a CBF seria a única instituição nefasta do futebol. A cada dia que passa, no entanto, surgem provas de que esses setores são tão incapazes de entender de futebol quanto foram de entender o golpe de Estado de 2016.

Na última semana, surgiu a denúncia de que a seleção iraniana foi sabotada pela empresa americana Nike. Segundo os próprios iranianos, a Nike se recusou em fornecer chuteiras aos jogadores da seleção. Como consequência, os jogadores tiveram que comprar suas chuteiras da Adidas.

O técnico português Carlos Queiroz, que comanda a seleção iraniana, denunciou o caráter sabotador da empresa americana: “os jogadores estão acostumados com seus equipamentos esportivos e não é correto mudá-los uma semana antes de jogos tão importantes”.

O motivo de a seleção iraniana não ter recebido os calçados é o mesmo de o Brasil ter tido uma presidenta eleita destituída: a interferência do imperialismo nos países atrasados. A própria Nike informou que se recusou a fornecer calçados por causa das sanções que o governo americano impôs ao Irã recentemente.

As sanções americanas ao Irã foram feitas porque, para os Estados Unidos, o Irã não tem direito a ter uma vida atômica. Nem o Brasil, nem a Coreia do Norte, nem qualquer outro país. Para o imperialismo americano, que está imerso em uma profunda crise, o armamento nuclear de um país que pode se rebelar contra ele é uma ameaça de enormes proporções.