Rui Costa Pimenta na TV 247: “extrema-direita não deve ser encarada como uma piada”

Da redação – Durante a Análise Política na TV 247, Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, comentou a candidatura presidencial de Cabo Daciolo. Rui afirmou que o mesmo é como um “Antônio Conselheiro da direita”, um “messias” totalmente maluco. Toda a direita acredita que há uma conspiração comunista, sempre criam essa ideia, desde antes da Guerra Fria, e agora vêm com essa nova versão de “Ursal” e do Foro de São Paulo.

Porém, não podemos considerar essa extrema-direita como algo cômico, engraçado, temos que levar a sério pois pode terminar, historicamente, em tragédia e violência. Costumam tomar o poder como Hitler, que era uma caricatura, com discursos histéricos, trejeitos, sendo motivo de piada mas temos que prestar muita atenção.
O fator religioso também, pois a direita avança nesse território e a esquerda não leva a sério, não tem um programa para se contrapor. Anteriormente a 2016 a esquerda pequeno-burguesa dizia que esses doidos eram meia dúzia, e aí foram indo e derrubaram Dilma Rousseff (PT).

A burguesia para garantir uma vitória eleitoral vai ter que manobrar muito, mas o Alckmin, Bolsonaro, são todos cartas da burguesia no jogo. O que devemos analisar aqui é que o fenômeno do esvaziamento do centro político nas eleições está acontecendo em todo o mundo.

Esse fenômeno de esvaziamento do “centrão”, leva grande parte para a extrema-direita, como Le Pen na França, Salvini na Itália e etc. Frente a isso a esquerda não reage e a direita fala grosso, aliena, manipula, move o empresariado, banqueiros e uma hora toma o poder até mesmo pelas eleições. Isso aconteceu em todo o mundo, o imperialismo usa isso quando bem entende.

O problema não são as eleições, mas a política levada a cabo, um programa definido que essa esquerda não tem. Pois, vamos supor que Haddad ganhe, e essa direita que botou a cabeça pra fora e atacou caravanas de Lula, empresários, ruralistas, decide derrubar ele como Dilma. A questão é essa, a luta pelo poder, a violência da direita e não apenas as eleições, que, no caso do PT, retiraram como se não fosse nada. 

E se analisarmos as eleições e golpes na América Latina nos últimos dez anos, Rafael Correa, Ortega, Dilma, a direita organiza impeachment e outros golpes de formas totalmente diversas. A gente tem que analisar de forma crítica as eleições, não ver com um fetichismo, como se fosse o nosso desejo materializado, pois isso é ser muito ingênuo.

Qualquer presidente que não rezar pela cartilha da direita, será sabotado pelo Congresso, caso da Dilma, que chegou uma hora os interesses dos patrões não quiseram mais e jogaram fora.