Rotina: PM espanca jovem negro em favela de São Paulo

O ato de correr tornou Tiago (nome fictício) culpado quando duas viaturas da Força Tática da Polícia Militar entraram na Favela do Moinho, na região central da cidade de São Paulo. Culpado do quê, não importava.

Eram 9h da manhã quando o jovem viu a PM e saiu em disparada, correndo da entrada da comunidade até o barraco de madeira onde mora com a tia, uma distância de aproximadamente 50 metros. Fez silêncio até a porta ser aberta aos pontapés pelos PMs, que, segundo testemunhas ouvidas pela Ponte, pegaram o jovem, reviraram todo o lugar onde estava, bateram nele e depois o levaram para duas delegacias.

Ao ver a viatura, Tiago correu sem pensar duas vezes. ‘Sei que os policiais forjam gente aqui toda hora. No ano passado, um cara morreu e, por ter um antecedente, preferi não pagar pra ver’, contou Tiago à reportagem, enquanto percorria, descalço, o trajeto de 1,3 quilômetro entre o 77º DP (Santa Cecília) e o Moinho.”

O caso do jovem do Moinho, do trecho da reportagem da Ponte Jornalismo, mostrada acima, reforça um saber elementar da classe trabalhadora: o Estado para os pobres é mínimo e em geral se apresenta com seu aparato repressor (PM e afins).

Neste sentido, o que ocorreu com Tiago expressa o modus operandi das forças de repressão e também o aprofundamento desta repressão no contexto do Golpe de Estado e da ameaça do Golpe militar que se coloca hoje.

Por isso, é preciso denunciar desde a existência destas instituições do aparato repressor do Estado Burguês, (como as Polícias e as Forças Armadas), seu modus operandi de extermínio da população pobre e também a mudança da utilização delas por parte da burguesia, agora para impor terror sobre a população de conjunto, com o aprofundamento da repressão a ameaça do Golpe Militar.