Rocinha: PM age como gangue e mata 9 por vingança

Uma ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro no início da manhã de sábado resultou na morte de oito pessoas. Segundo a versão da PM os policiais faziam “operação de combate às drogas” quando foram atacados a tiros. Por outro lado, moradores que testemunharam o ocorrido relataram que a polícia militar entrou na favela, se dirigiu a um local onde um baile funk estava se encerrando e atirou nas pessoas que ali se encontravam. Na segunda-feira pela manhã outra operação da polícia militar resultou na morte de uma pessoa mas ainda não foram divulgados maiores detalhes.

Ações desse tipo por parte da polícia estão longe de se constituírem novidades. O grande escândalo é a naturalização dessas chacinas, a indiferença do que se costuma chamar de opinião pública e o crescente estímulo do poder público que não tem mais qualquer cuidado de fingir que não está movendo uma guerra de extermínio contra a população pobre do país. Recente legislação que colocou sob a competência da Justiça Militar da União os crimes dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil mantém a competência da justiça comum para o julgamento de policiais militares na mesma situação. Contudo isso não é razão para otimismo, não só porque a impunidade é a regra nesses casos como mais do que nunca a lei está sendo violada abertamente pelos encarregados da sua aplicação.

A morte de um policial militar na Rocinha a alguns dias atrás parece ter sido na verdade o motivo da chacina perpetrada pela PM na manhã de sábado. Grupos armados fora de controle comportando-se de acordo com as próprias leis é uma das práticas usadas pelo imperialismo nos países sob ocupação para a implantação do caos e para submeter as populações através do terror. O assassinato da Vereadora Marielle Franco parece ter entre seus objetivos o de anunciar o início de uma escalada do terrorismo de Estado. A se confirmar tal hipótese “confrontos” como o de sábado na Rocinha serão mais e mais frequentes.