Quatro medíocres seleções irão fazer as semifinais da mais importante competição de futebol do mundo

Com o encerramento das quartas de final, estão conhecidas as quatro seleções que irão fazer as semifinais da Copa do Mundo da Rússia. São quatro seleções europeias classificadas como semifinalistas da competição. A França derrotou o Uruguai e garantiu a primeira vaga de semifinalista. A Bélgica derrotou o Brasil,  assegurando também uma das vagas. A Inglaterra disputou com outra seleção europeia (Suécia) a terceira vaga e também passou à semifinal. E por último, a Croácia eliminou a anfitriã Rússia, numa dramática decisão, nos pênaltis, depois dos donos da casa desperdiçarem duas cobranças.

O que se pode dizer inicialmente é que a configuração das semifinais da Copa 2018 é a consagração da mais completa mediocridade do esporte mais popular do planeta, o apaixonante futebol.  Quem teve a oportunidade de acompanhar os jogos da Copa envolvendo essas seleções pôde constatar que nenhum desses times apresentou qualquer qualidade técnica para figurarem entre as quatro melhores seleções do mundo. Muito distante disso, sejamos realistas. São seleções submetidas à escola europeia, praticante de um futebol burocrático, esquemático e muito pouco criativo, isso para sermos generosos.

O que faz com que o futebol europeu ainda tenha algum prestígio e seja exaltado mundo afora, são os  vultuosíssimos investimentos realizados pelas grandes corporações econômico-financeiras que despejam oceanos de dinheiro nos clubes. São grandes grupos de investidores que operam em todas as partes do mundo, mas particularmente no cobiçado e atrativo mercado europeu, onde estão localizadas as maiores potências capitalistas. Essas corporações pagam somas altíssimas para terem nos clubes que controlam os maiores craques de futebol do mundo, que não por qualquer coincidência, são futebolistas originários de países latino-americanos e em menor medida, também da África, que hoje já contribui com um expressivo contingente de bons jogadores atuando em gramados do velho continente (Mané, Salah, Yaya Touré – só para citar os mais destacados -, dentre dezenas de outros).

O capitalismo e sua decadência histórica é o responsável não só pela pobreza material da sociedade moderna. A decadência e a pobreza se estendem também ao plano cultural, onde a supremacia do capital não só destrói como coloca em xeque todas as mais importantes conquistas da humanidade. O futebol, enquanto manifestação cultural genuína das classes populares, é uma das mais importantes afirmações da identidade nacional dos povos, em particular nos países oprimidos, onde os grandes jogadores são originários das classes proletárias. A apropriação dessa grande e importante expressão popular pelos capitalistas, pelas corporações econômicas – que nada têm a ver com o futebol – é mais uma violação grotesca dos autênticos e legítimos interesses das grandes massas, das classes populares.

As quatro seleções europeias que estarão disputando as semifinais da Copa do Mundo, portanto, são a expressão mais acabada desta espetacular mediocridade que assola o futebol mundial.