Presidente dos EUA não governa os EUA: Trump volta atrás e se desmoraliza

Depois de receber duras críticas e, quiçá, ameaças mais contundentes, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, recuou em seu discurso conciliador em relação ao presidente Vladimir Putin e às suspeitas de intervenção de russos na corrida eleitoral presidencial de 2016. Trump, que havia afirmado confiar na versão de Putin, mudou de opinião, dando crédito às investigações da inteligência norte-americana.

“Tenho uma confiança absoluta nas agências de inteligência. Aceito a conclusão da ingerência da Rússia nas eleições de 2016, embora não tenham tido efeito algum no resultado, nem havido conluio.” Disse o presidente estadunidense em uma tentativa de recuar sem auto incriminar a si e à sua equipe. Para justificar a mudança de posição, alegou que o mal-entendido deveu-se a um erro em uma frase dita na coletiva de imprensa conjunta realizada ao lado do presidente Russo.

As pressões imperialistas que levaram o representante da nação mais poderosa do mundo a mudar de opinião, são as mesmas que tentaram a todo custo – com pouco sucesso – nublar a grandeza da copa da Russia e a alta consideração do povo russo pelo presidente Putin.

A postura agressiva e, em grande medida, oscilante levada adiante por Trump – presidente dos Estados Unidos – camufla uma realidade pouco assimilada no mundo, inclusive por setores da esquerda que se dizem anti-imperialistas: Trump vem sendo mantido como um refém em solo americano.

Eleito sob a bandeira da descontinuidade das políticas intervencionistas, o esquisito republicano ganhou a presidência desbancando Hillary Clinton, a verdadeira candidata do imperialismo. Por essa razão, o nova-iorquino que flerta com o fascismo na mesma medida – ou até menos – que seus antecessores liberais, vem sendo alvo contínuo de incessante ataque do monopólio da imprensa imperialista, o que é replicado pelos lacaios das periferias do mundo, como a imprensa burguesa nacional.

Levado ao poder para devolver os empregos norte-americanos, fechar as torneiras das dispendiosas incursões militares e “fazer a América grande outra vez” – um nostálgico sentimento de voltar o relógio e devolver ao capitalismo a mesma artificial vitalidade anterior à crise de 2008 – Trump, muito provavelmente, será lembrado no futuro como um dos mais emblemáticos presidentes da fase mais acentuada de desagregação do capitalismo imperialista.