No último sábado (16), dezenas de pessoas se reuniram no Shopping da Bahia para protestar contra o racismo. O ato teve início na praça de alimentação do terceiro andar, onde houve um debate, discursos e leitura de poemas. Em seguida, todos saíram em marcha pelo shopping, denunciando a perseguição sistemática que os negros sofrem na sociedade sustentada pelo capital.
O motivo principal para o ato ter acontecido foram dois fatos da última semana: a tentativa de assassinato de um ator negro do Bando de Teatro Oldum por um policial e a expulsão de uma criança negra da praça de alimentação do shopping por um segurança. Segundo testemunhas, alguém havia pago a refeição para o garoto de 12 anos, mas este foi impedido de comer pelo segurança.
Durante o ato, os manifestantes gritaram, em coro: “Parem de nos matar!”, “Nossos corpos importam!”; “Não ao racismo midiático!”; Não ao racismo institucional!”. Alem disso, cantaram a música População Magoada, do Ilê Aiyê: “Negro, negra, negrada / A nossa honra tem que ser lavada / Na passeata nossa honra tem que ser lavada / População Magoada a nossa honra tem que ser lavada”.
Embora os acontecimentos tenham motivado o ato, o interesse dos negros em defender seus direitos democráticos faz parte de uma luta centenária. Afinal, mesmo após terem conquistado a abolição de escravidão, no fim do século XIX, a burguesia, principalmente por meio da PM, permanece, incansavelmente, interferindo para que os negros tenham seus direitos nevados.