Polícia usa tráfico como “bode expiratório” na responsabilidade do incêndio em Centro de Triagem dos Correios

A polícia civil de Fortaleza apresentou esta semana (dia 26) sua tese sobre o incêndio que ocorreu nos galpões do CTCE (Centro de Triagem de Cartas e Encomendas)  no dia 13 de fevereiro de 2018.

Segundo o setor de “inteligência” da policia cearense, o incêndio que destruiu 90% do setor operacional dos Correios teria sido provocado pelo tráfico.

Os policiais produziram a tese de que havia no meio de diversas encomendas dos Correios, drogas sintéticas que foram descobertas por equipamentos de Raio X nessa unidade, por isso, todo incêndio seria feito para destruir esse aparelho pelos terríveis traficantes.

O tráfico é apontado como a causa no Brasil e no mundo de quase todos os males, usando o pretexto do combate às drogas o imperialismo domina a polícia de diversos países atrasados, como a Colômbia e o Brasil.

No Brasil, está se usando o crime e o tráfico de drogas para que inicia um processo de militarização do regime político nacional, a começar pela intervenção militar no Rio de Janeiro.

Por isso, a policia civil acusar o incêndio ocorrido no CTCE  de Fortaleza pelo tráfico de drogas deve ser visto com essa análise, a de que o tráfico é o bode expiatório mais fácil para culpar qualquer um de crime acontecidos e usar a partir daí a truculência policial para reprimir o povo.

O que a polícia civil ignora de propósito no caso é que os Correios estão em processo de sucatamento de suas instalações, visando sua privatização, e que duas semanas antes do incêndio os Correios anunciou a terceirização em massa de todos os Centros de Triagem da empresa, extinguindo a função dos OTT´s (Operador de Triagem e Transbordo) que são os funcionários que trabalham nesses setores dos Correios.

A conclusão é simples, há muito mais evidências de que o incêndio foi provocado pela direção golpista da ECT, de forma direita ou indireta, do que do tráfico, que não precisaria queimar todo um setor para destruir um Raio X, que pode ser adquirido novamente pela empresa.

Com o golpe de estado no Brasil, e destruição do patrimônio nacional, os trabalhadores em geral e dos Correios em específico têm que acreditar menos nas polícias e nas instituições do regime que estão a serviço dos golpistas e mais em sua própria organização e poder de mobilização para modificar essa situação de ataque as suas condições de vida.