Polícia mata oito adolescentes em Alagoas: não é confronto, é execução sumária

Uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa no agreste e zona da mata de Alagoas teve um saldo, preliminar, de cinco mortos e um policial militar do Batalhão de Radiopatrulha gravemente ferido com um tiro de 12.

A operação ocorre desde a madrugada desta terça-feira, 26, nas cidades de Maribondo, Taquarana, ambas no agreste, e em Atalaia, na zona da mata alagoana.

Apenas foi divulgada a identidade de duas vítimas fatais que foram socorridas com vida para o Hospital Geral do Estado, mas que não resistindo aos ferimentos entraram em óbito. De acordo com a assessoria do HGE, as vítimas se tratam de Vitor Daniel Silva Santos, 16 anos, e Leonardo Danilo da Silva dos Santos, de 15 anos.

A população ocupada em Alagoas encolheu 8,1% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o igual período do ano passado: saiu de 1,116 milhão de trabalhadores para 1,026 milhão – uma diferença de 90 mil trabalhadores.Outros três suspeitos teriam sido mortos em suposto confronto na cidade de Maribondo. Os corpos estão no local e devem ser removidos pelo IML.

Os dados do IBGE também mostram retração na renda média mensal do trabalhador alagoano, que recuou de R$ 1.370 no primeiro trimestre do ano passado para R$ 1.355 no mesmo período deste ano. No último trimestre de 2016, esse rendimento era de R$ 1.362.

Em meio à recessão econômica e à deterioração do mercado de trabalho, aumentou o contingente de trabalhadores que procuram por uma vaga há mais tempo. Entre os 14,2 milhões de desempregados no País no primeiro trimestre de 2017, 2,9 milhões estavam na busca por trabalho havia mais de dois anos.

A taxa de desemprego atingiu patamar recorde em 25 unidades da Federação no primeiro trimestre de 2017, segundo a Pnad Contínua, cuja série histórica foi iniciada em 2012 pelo IBGE. As únicas exceções foram Rondônia (8,0%) e Tocantins (12,6%), que tinham registrado taxas mais altas em 2016.

A taxa mais elevada do primeiro trimestre foi verificada na Bahia, onde alcançou 18,6%. No entanto, houve forte deterioração também em estados de peso na pesquisa, como São Paulo (14,2%) e Rio de Janeiro (14,5%).

Alagoas é o estado com maior índice de crianças e adolescentes de até 14 anos vivendo em situação de pobreza, são 66%, o que representa 530.429 em números absolutos. O Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2018 foi divulgado em abril passado (24), pela Fundação Abrinq.

Na sequência, aparecem com índices elevados os estados do Maranhão (62,4%), Ceará (61%), Bahia (60,8%) e Pernambuco (60,5%). Olha aí o descaso com o nosso Nordeste!!!

O levantamento também mostra que 28,3% da população de até 14 anos em Alagoas vive em situação de extrema pobreza, são 227.788 em números absolutos. Isso deixa o estado com o terceiro pior índice do país.

Com esse cenário estarrecedor, nada pode justificar o combate à criminalidade com chumbo grosso, o extermínio dos meninos adolescentes, já condenados pelo sistema a uma vida de miséria, e privados da possibilidade de uma vida digna, de uma vida decente, com garantias do mínimo para a subsistência. Esse é o governo do extermínio do pobre, negro e marginal, que, excluído do convívio social.

É preciso organizar as periferias e o povo trabalhador em comitês de luta contra o golpe, instrumento capaz de levar adiante uma luta contra a direita e contra os golpistas, que são os responsáveis pelo massacre da juventude brasileira.