Pesquisa eleitoral não impedirá agressões fascistas: é preciso organizar a autodefesa

Recentemente, a sessão escatológica do STF adiou, alguns dias, a prisão do ex-presidente Lula. Embora alguns setores da imprensa tenham demonstrado grande empolgação com o fato de o STF adiar o julgamento do pedido de habeas corpus da defesa de Lula, o fato é que nenhum ministro sinalizou qualquer intenção em absolver o ex-presidente: o que houve foi um mero adiamento para que os golpistas criem as condições ideais da prisão do maior líder popular do país.

Embora a sessão não signifique nenhum apoio dos ministros golpistas do STF a Lula, muitos setores da direita não ficaram satisfeitos com a decisão do STF. A prisão de Lula é uma necessidade urgente para os golpistas: precisa acontecer já. Por isso, muitos setores da direita não pretendem aguardar que as perseguições às lideranças políticas e populares ocorram dentro da chamada “legalidade”: a ação clandestina, ilegal, por fora das instituições, também é uma “carta na manga” dos golpistas.

A reação da população ao golpe – que é o que torna Lula uma pessoa extremamente perigosa para o regime golpista – já foi reprimida, várias vezes, com o ações fascistas. Os massacres no campo, por parte dos capangas dos latifundiários, bem como os massacres nos morros, por parte da Polícia Militar, são um bom exemplo disso. Diante da crise em que se encontra o regime golpista – uma crise que é, em grande parte, causada pela falta de candidato para concorrer com Lula em 2018 -, a extrema-direita tende a ser cada vez mais impulsionada.

A caravana de Lula pelo Sul do país já presenciou uma série de episódios que dão prova do que a extrema-direita está preparando para um futuro breve. Milícias armadas acompanharam toda a caravana e ameaçaram a vida da presidenta eleita Dilma Rousseff e do próprio ex-presidente Lula. No senado, a golpista Ana Amélia mostrou todo apoio aos fascistas que atentaram contra os petistas.

As ações da extrema-direita no Sul do país demonstram que o golpe de Estado não poderá ser desmontado simplesmente com o resultado de uma eleição. O resultado das pesquisas para intenção de voto de Lula pode ser o mais favorável possível: nada disso será suficiente, pois a disputa não pode se dar apenas nas instituições da burguesia. É necessário impedir, na rua, através da mobilização popular, que a pisão de Lula seja consumada e que a extrema-direita cresça.