Pertence quer deixar defesa de Lula, evidenciando que negociação com os golpistas é impossível

Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e um dos advogados de defesa de Lula, enviou carta ao ex-presidente informando seu desejo de abandonar a defesa. Na sua justificativa, o ex-ministro alega não ter gostado de uma nota pública assinada pelo próprio ex-presidente, em conjunto com o advogado Cristiano Zanin, através da qual teceram duras críticas ao relator do caso, ministro do STF Edson Fachin, por ter retirado de pauta o julgamento de liberdade para Lula.

Além desse primeiro argumento, Pertence ainda expressou seu desconforto com o habeas corpus protocolado pelos deputados federais Paulo Pimenta, Wadih Damous e Paulo Teixeira, e devidamente deferido pelo desembargador de plantão no TRF-4 que gerou mais uma onda de violações da Lei por parte da Polícia Federal, do juizeco fascista Sérgio Moro e pela cúpula do próprio TRf-4, no último dia 8.

Em que pese o fato de o ex-ministro ainda não ter abandonado o patrocínio da causa, haja vista que condicionou a efetivação da saída após futura visita que fará ao ex-presidente, Sepúlvida Pertence revela a fragilidade de sua defesa em favor de Lula. Certamente pressionado pelos setores mais conservadores e pró-imperialistas do judiciário golpista, especialmente daqueles ligados à operação lava jato e que – de fato – estão “dando as cartas” na ditadura do judiciário. o ex-ministro expressou seu desconforto ao ver os recentes confrontos políticos empreendidos contra o TRF 4  e o STF, mas evidenciou que suas iniciativas e de toda a defesa, amparadas na Constituição, não tem reais condições de prosperar, se depender apenas da vontade do regime de arbítrio que vigora no imperial poder judiciário.

Ao invés de denunciar essa situação, o jurista – por hora – busca encontrar pretextos para justificar o insucesso da operação de encontrar uma saída para a liberdade de Lula, simplesmente pelas vias institucionais, controladas pela direita golpista.

É notório que a operação lava jato se utiliza a todo momento de ataques políticos, ao arrepio da Constituição, contra o ex-presidente. Portanto, a defesa do ex-presidente também teria que se utilizar desse expediente. Mais ainda, sem a necessária luta política, sem uma verdadeira mobilização revolucionária o golpe não cederá, não será derrotado e não serão garantidos os direitos democráticos de Lula e de todo o povo brasileiro.