Perseguição generalizada: justiça condena 23 jovens que protestaram em junho de 2013

Da redação – Vinte e três jovens que participaram dos protestos de 2013 e 2014, durante a Copa do Mundo do Brasil, foram condenados de 5 a 7 anos de prisão pelo juiz Flavio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça. Com penas de formação de bando ou quadrilha e por corrupção de menores, a condenação em primeira instância não determinou a prisão preventiva e os mesmos responderam em liberdade.

Inicialmente temos que ressaltar aqui o caráter ditatorial da justiça burguesa, que após o golpe de estado contra Dilma Rousseff (PT), vem avançando a perseguição contra os movimentos sociais, partidos de esquerda e todos que se coloquem contra o golpe.

Eloisa Samy Santiago, escancarou toda a situação de perseguição, “Grande parte daquelas pessoas eu mal conhecia. Com alguns deles tive um contato eventual, mas não eram amigos do meu convívio. Tudo isso é um absurdo desde o começo […]. Eu adotei esse menino. Corrupção de menores porque eu adotei um menino abandonado. Eu pedi guarda provisória dele no carnaval de 2014. E agora diz que ele estaria envolvido nas manifestações. Pegaram dois menores pra dizer que houve corrupção. Um deles que eu pedi guarda judicial”.

Lembrando brevemente das lutas daquele ano, no Rio de Janeiro, bem como em outros estados, sendo – depois – devidamente infiltradas e dominadas pela direita que, com base em uma ampla campanha da imprensa burguesa, impôs a política das manifestações, desvinculando-a da luta concreta contra a repressão dos governos direitistas e desviando-as contra todos os partidos foi gerando reações da população contra suas ações violentas.

Agora, os juízes se utilizam de argumentos de violência, que, inclusive, vieram de denuncias de polícias infiltrados, e que, oficialmente como corporação, feriram inúmeras pessoas, atiraram spray de pimenta nos olhos de manifestantes, utilizando-se de cavalaria, balas de borracha, etc, contra os próprios manifestantes. Ignoram todo o aparato brutal de violência do estado, como da PM de Geraldo Alckmin, em São Paulo, produzindo uma série de imagens chocantes de violência contra o povo e condenam pessoas inocentes.

Trata-se de mais um episódio de criminalização das manifestações populares, onde, num plano geral, essa mesma justiça prendeu José Dirceu e Lula sem provas, derrubou Dilma Rousseff (PT), sem provas, e agora, começa uma perseguição judicial contra todos que se colocaram – e se colocarem – contra suas arbitrariedades.

A entrega total do patrimônio nacional pela Operação Lava Jato, que é organizada pelo imperialismo norte-americano, de acordo com a maioria dos juízes, o povo tem que aceitar de cabeça baixa as injustiças praticadas pelos “deuses de toga”, ou ainda, se limitar a fazer procissões e romarias, sem causar qualquer tipo de incômodo às instituições.

A decisão deixou claro mais uma vez que toda perseguição política pós-golpe, que, inclusive, teve início nessas manifestações onde a imprensa da Globo impulsionou contra o governo petista, manobrando parte da esquerda-pequeno burguesa e posteriormente derrubou o governo legitimamente eleito.