Para ciristas, DEM não é de direita

A candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República é a candidatura das fábulas mirabolantes da burguesia para os trabalhadores. Tendo a difícil missão de dar uma roupagem esquerdista à candidatura dos donos do golpe, os ciristas – isto é, os mercenários que apoiam Ciro Gomes – fabricam incansavelmente uma série de mentiras – em geral extremamente grotescas – para tentar enganar parte do eleitorado do ex-presidente Lula.

Ciro Gomes, em um primeiro momento, tentou convencer a todo mundo que era o maior defensor do ex-presidente Lula – o pedetista chegou a afirmar que levaria Lula para uma embaixada caso este fosse ameaçado de ser preso (na verdade queria ver se deixava Lula fora da situação, sem lutar contra o golpe). No entanto, quando o TRF-4 condenou o ex-presidente, Ciro elogiou a celeridade da Justiça e, quando foi preso, Ciro disse que ele não era um preso político.

Ciro Gomes também fez um enorme esforço para se apresentar como um político “nacionalista”. Contudo, Gomes escolheu como responsável pelo seu programa econômico o direitista Mauro Benevides Filho, que defende a entrega de todas as estatais.

A candidatura abutre de Ciro Gomes começou a ficar ainda mais escandalosa quando ele resolveu anunciar os seus “aliados”: o PP de Benjamin Steinbruch e o DEM de ACM Neto. Antes de tudo, é fundamental entender que é impossível uma aliança de um partido como o PDT com o DEM ou o PP. A única forma de união possível entre esses partidos é através da completa e incondicionável submissão do PDT à direita golpista, uma vez que tal partido não tem força alguma nem apoio popular para exigir nada.

Em segundo lugar, a “aliança” de Ciro Gomes com o DEM vem sendo disfarçada aos montes. Afinal, o DEM foi um dos principais partidos que articulou o golpe de Estado e ainda é um dos principais partidos de sustentação do regime golpista.

Para justificar essa traição sem dimensões, os ciristas têm tentado mostrar que o DEM não seria um partido direitista. Isto é, o partido da ditadura militar, o partido da Presidência da Câmara no regime golpista, o partido de fascistas como Ronaldo Caiado, não seria direitista.

Foi assim que “um dos principais conselheiros do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, o filósofo Mangabeira Unger, professor de direito na Universidade de Harvard, disse que o DEM deve ser visto como um parceiro prioritário na eleição presidencial” e buscou limpara a barra do partido oriundo da Arena da ditadura militar, afirmando que não vê “o Democratas como direita ou centro-direita. Eles são o partido dos empreendedores regionais. Têm raízes nessa estrutura produtiva descentralizada do País”. (Jornal do Brasil, 1/07/2018)

Não por acaso, o próprio candidato declarou que o Brasil não suporta mais um governo de esquerda. O que ele busca é se constituir no candidato preferido da direita golpista, ao mesmo tempo em que tenta – com ajuda de setores da esquerda pequeno burguesa – aplicar o estelionato de se apresentar como candidato “progressista”, “nacionalista” ou até mesmo de “esquerda” para receber indevidamente uma parcela dos votos dos que apóiam Lula e se opões ao golpe de estado.

Nada mais do que falsários que precisam ser desmascarados e denunciados para todo o povo que, para derrotar a direita golpista e lutar por suas reivindicações precisa passar por cima desses “amigos da onça”.