Para Augusto Heleno, “pacificar” é ter licença para matar

Em entrevista para a Band News FM, o general Augusto Heleno, ex-chefe das tropas brasileiras a serviço da ocupação imperialista no Haiti, defendeu que todo comandante militar, desde os sargentos, tenha autorização para assassinar na intervenção militar do Rio de Janeiro.

O general aconselha a mudança na regra de engajamento das operações para que os militares possam matar cidadãos que tenham uma “intenção hostil”. Ele mesmo reforça a flexibilidade da regra, que torna o critério para a ação letal subjetiva.

O Rio de Janeiro está sob intervenção militar após determinação de decreto assinado pelo presidente golpista Michel Temer. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) entregou o controle do Rio de Janeiro para as Forças Armadas a pedido do presidente, do mesmo partido. Feito isso, o interventor passa a controlar a Polícia Civil, a Polícia Militar, os bombeiros e administração penitenciária e o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, renuncia.
Na prática, a administração do estado do Rio de Janeiro está sob o comando general do Exército Walter Souza Braga Netto, atual líder do Comando Militar do Leste (CML).

O general Augusto Heleno, que deu as declarações na Band News, é um dos principais líderes do movimento golpista que retirou a presidenta Dilma Rousseff do cargo e é apoiado por pelo menos 68 associações de militares da reserva para suceder a Presidência da República.

Em 2017, os militares realizaram inúmeras atividades de formação, treinamento e simulação em diversas regiões de todo o Brasil, preparando-se para a atuação cotidiana das Forças Armadas em meio à população civil. Agora, os militares já têm o controle político do segundo estado mais importante do País. Os golpistas estão se preparando para uma guerra social contra a população a medida que aprofundam o golpe de Estado, prendem lideranças políticas e entregam as riquezas nacionais ao imperialismo.