Os reitores golpistas da USP e Unicamp querem acabar com as pesquisas universitárias

No dia 16 de fevereiro de 2018, o Jornal da USP fez uma entrevista com os reitores da UNICAMP, Marcelo Knobel, e USP, Vahan Agopyan, para abordarem sobre os rumos da universidade e a crise pela qual elas passam. O programa é extenso, tendo praticamente 1 hora de duração, no qual ambos abordaram o problema de maneira muito abstrata, mas colocando a necessidade de acabar com o regime de pesquisa, que é, colocaram claramente, muito custoso.

O Regime de Pesquisa realizado nas universidades públicas brasileiras consiste na remuneração de professores para que realizem suas pesquisas, o que faz com que estejam poucas horas na semana dentro da sala de aula. Com a dedicação aos estudos, os professores universitários conseguem escrever, estudar e desenvolver suas pesquisas. Tal prática, que deveria ser comum não só dentro das universidades, como dentro das escolas de todos os níveis, e considerada como um problema e o fator de crise das universidades. Abertamente, os dois reitores se posicionaram em favor da reformulação deste tipo de sistema, entretanto de modo muito vago.

Em nenhum momento os reitores tocaram na palavra privatização e terceirização, utilizando um eufemismo para elas, a modernização e flexibilização. As estruturas da universidade estão muito pouco adaptadas para a realidade brasileira e devem ser mudadas, estas afirmações vagas foram dadas por ambos para justificar a necessidade de mudanças.

Quanto às mudanças, tirando o fato de que consideram que os custos com pesquisa devem baixar, nada ficou claro.
Em um ano que o golpe se aprofunda ainda mais, pode-se esperar que o total desmanche dos serviços públicos, sobretudo das universidades, que já foram brutalmente atacadas, tendo inclusive sido um dos primeiros locais onde a intervenção policial se mostrou com força, como pudemos ver nas ocupações feitas pela Polícia Federal no ano passado.