Os militares é que estão no comando e estão se infiltrando gradativamente

Veja o trecho do programa Análise Política da Semana em que o companheiro Rui Costa Pimenta mostra que os militares estão no comando do golpe e estão se infiltrando gradativamente apesar da crise que eles estão tendo.

“Os jornais burgueses, logicamente, todos eles falam que o pai da intervenção militar é o Temer, mas isso não é verdade. Quem elaborou a intervenção militar foram os próprios militares. Eles retratam a situação da seguinte maneira: como se os militares fossem um soldadinho de chumbo e o presidente fosse um garoto que pega os soldadinhos e põe para lá, põe para cá. Não é assim que funciona. Se as Forças Armadas não quiserem se envolver na situação política, elas não vão se envolver, elas vão chegar ‘não’.

Outra coisa que nós já assinalamos e que ninguém tem dado a devida importância é que uma das primeiras medidas do Temer como presidente foi criar o Gabinete de Segurança Institucional que é o antigo SNI, o serviço de informações da ditadura. Só esse fato já mostra que no momento em que a Dilma Rousseff saiu e e o Temer entrou, os militares adquiriram uma posição chave dentro do governo e quando os militares adquirirem uma posição chave é porque a situação está saindo fora de controle e os militares já perceberam e já se decidiram ocupar papel de destaque. Isso daí, normalmente, conduz a uma situação de um regime ditatorial.

A tarefa fundamental da esquerda nessa questão seria de combater isso. Nós temos aí o que nós poderíamos chamar de uma ditadura que vai se infiltrando e que vai se estabelecendo gradativamente. Ela vai tomando conta que nem uma erva daninha, ela não vai de uma vez e aplica um choque político e toma o poder. Não está descartado, logicamente, que isso não possa acontecer, o processo que nesse momento é um, transforme-se em outro. Pelo contrário, até é uma tendência bem natural, mas o fato é que a maior parte do país, a maior parte da esquerda está de olhos fechados para essa possibilidade; eles nunca entenderam o problema do golpe; nunca entenderam que ninguém dá golpe de Estado sem apoio dos militares, que isso é uma coisa meio que impensável, a não ser que os militares, por algum motivo, tem deixado de ser um fator político, o que seria muito peculiar; não entenderam que isto aqui é um golpe que se aprofunda; que o golpe vai se desenvolvendo através de diversas contradições, por exemplo, é evidente que os golpistas não esperavam o nível de reação que eles tiveram, nem na época do impeachment e nem depois. Eles esperavam que o PT seria atolado por uma avalanche de denúncias de corrupção, ficasse totalmente paralisado e eles iriam tomar conta da situação política com extrema facilidade. Entretanto, começou uma reação, as reformas do Temer levaram a uma polarização muito grande no país inteiro e o golpe enfrenta uma série de dificuldades

Agora, vamos entender uma coisa: enfrentar dificuldades não quer dizer que o golpe tenha sido paralisado, quer dizer que ele avança de uma maneira tortuosa e mais lenta do que ele gostaria, mas o fato é que eles continuam avançando. A ocupação no Rio de Janeiro é uma demonstração de que eles continuam avançando.”

Esse trecho faz parte da Análise Política da Semana, programa de maior audiência do canal COTV. O programa acontece todos os sábados em São Paulo a partir das 11h30 na rua Serranos, 90 fica a cinco quadras da estação Saúde de metrô. Para aqueles que moram longe, podem assistir o programa pela internet no canal Causa Operária TV no Youtube.

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