“Ordem superior”: milicianos atacam mais um acampamento do MST contratados por fazendeiros do Pará

Da redação – O Acampamento Hugo Chávez, na Fazenda Santa Tereza, que fica no município de Marabá, sudeste do Pará, moram 450 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, neste sábado, 28, foi atacado por pistoleiros na madrugada. Como se sabe bem, esses pistoleiros são militares, e assim, não há respaldo algum da Polícia Militar, que comanda verdadeiros massacres dos trabalhadores oprimidos por todo o país.

Os relatos dos assentados à imprensa do próprio MST, denunciam que por volta da uma da manhã, pistoleiros chegaram atirando, tocando fogo nos pertences e carros que estavam no acampamento, agredindo fisicamente os acampados e promovendo mais uma cena de total horror para a história dos camponeses no Pará.

O estado paraense, vive desde o massacre de Eldorado, em 1996, e da chacina de Pau D’arco a um ano, sob julgo de verdadeiros fascistas, onde, policiais militares, soldados do exército, fazendeiros, guardas privados, milicianos e juízes, torturaram, matam e condenam pessoas quando querem, acobertados pela justiça de conjunto, que, no último massacre, libertou os assassinos para continuarem ameaçando as famílias.

Neste caso, os jagunços queimaram 9 carros e 10 motos, sendo denunciados por Maria Raimunda, da direção estadual do MST, que procurou a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Marabá, porém, sem respaldo algum dos serviçais dos fazendeiros golpistas.

“Eles disseram que havia ordem de comando superior de que não poderiam agir, mesmo que houvesse uma carnificina”, denunciou Raimunda.

O que deve ficar claro para todos os trabalhadores do campo e da cidade, é que, como em grande parte dos casos já denunciados pelo MST – e neste diário operário -, a polícia se nega a prestar ajuda pois ela é uma serviçal da burguesia, a classe dominante e assassina dos explorados.

Ainda para a dirigente, a ação dos fazendeiros na região tem se intensificado no último período, principalmente após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016.

“Faz 15 dias que o [Jair] Bolsonaro (pré-candidato à presidência da República pelo PSC) esteve na curva do ‘S’. Durante o palanque ele incentivou que os fazendeiros matassem os sem-terra”.

A curva do ‘S’ é o local onde ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás, na BR-155, quando 21 pessoas ligadas ao MST foi brutalmente assassinada pela Polícia Federal, em 1996.

É necessário a criação de Comitês de auto-defesa dos camponeses, articulados de forma nacional, para pressionar em definitivo as organizações de esquerda que tem grandes estruturas de poder a se movimentarem com urgência. A esquerda deve agir frente aos ataques da direita fascista, aumentando exponencialmente os comitês e sua organização política contra o golpe.