O golpe não será revertido pelas instituições que deram o golpe

Na última semana se deu o julgamento do processo de Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, no qual ela foi inocentada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), e, uma parte da esquerda, ingênua, comemorou o resultado.

Contudo, dois dias depois, Edson Fachin, um dos principais elementos da ala mais direitista da corte, rejeitou mais um recurso do ex-presidente Lula, derrubando mais uma expectativa daqueles que esperam por uma saída institucional para o golpe.

Por outro lado, Gleisi Hoffmann ainda responde por mais dois processos, além do fato de que o processo no qual foi inocentada ainda cabe recurso, para o pleno do STF.

O supremo inocentou Gleisi Hoffmann para apresentar a tese de que ele, STF, não persegue ninguém, mas aplica a lei, pura e simplesmente.

Gleisi foi inocentada pela Segunda Turma, mas se o processo tramitasse na Primeira Turma ela não teria sido inocentada, muito pelo contrário. A Segunda Turma é o setor menos golpista do STF, mas não representam, seus ministros, a posição majoritária do STF. Esse tribunal não vai resolver o problema, não vai reverter o golpe com base em uma decisão judicial. O golpe de Estado só será derrotado pela mobilização popular, a mesma mobilização necessária para se conseguir a liberdade do ex-presidente, preso ilegalmente em virtude de decisão de Sérgio Moro, do 4º Regional Federal, avalizada pelo próprio STF.