O “bolsonarista” na diputa do governo de SP é do PSDB

Enquanto Alckmin (PSDB) faz malabarismos para tentar aparecer como uma candidatura de centro-direita na corrida presidencial, distinguindo seu discurso do extremismo encarnado por Bolsonaro (PSL), os dados eleitorais indicam uma realidade bastante diferente. Prova disso é o que vem sendo apontado pelas pesquisas de intenção de votos realizadas em São Paulo.

Tomando como base os números apresentados pela última pesquisa do Ibope, 30% do eleitorado de São Paulo pretende votar em Jair Bolsonaro. Empatados em segundo lugar, aparecem Fernando Haddad (PT) e o truculento ex-governador Geraldo Alckmin. Se transportados estes dados para o cenário das eleições ao governo do estado, seria presumível que o candidato mais assemelhado a Bolsonaro aparece bem posicionado, já que herdaria os votos da principal figura do espectro político. Pois a situação é bem diferente.

Rodrigo Tavares da Silva é o candidato ao governo pelo PRTB, coligado com o PSL. Em suas poucas aparições, o advogado de 37 anos mostrou-se tão incapaz quanto o candidato à presidência da república de sua chapa. Tal semelhança, contudo, não foi suficiente para garantir que os eleitores de Bolsonaro se identificassem com Rodrigo Tavares.

Em São Paulo, os eleitores que têm apreço pelas ideias ultra-reacionárias do deputado que faz apologia ao estupro e que trata a população negra como se fosse mercadoria, já tem um candidato à altura. João Doria (PSDB), aquele que aproveitou sua breve passagem pela prefeitura de São Paulo para tentar trocar o leite das crianças por ração de comida velha, é quem aglutina os votos da direita mais raivosa. Em pesquisa realizada pelo mesmo instituto (Ibope), o candidato playboy aparece com 23% das intenções de voto.

Doria sabe disso e vem recrudescendo o tom de sua campanha. Ao melhor estilo fascista, o candidato afirma que usará sua influência, caso eleito, para encabeçar projetos de lei que aumentam a repressão contra o povo e o encarceramento em massa. Somam-se a essas bandeiras, as suas tradicionais propostas de vender todo o patrimônio público aos seus amigos empresários.

João Doria e Bolsonaro poderiam, sem grandes problemas, se aliarem já que compartilham ideias, discursos e o ódio pelo povo, além de ambos se apresentarem como figuras esteticamente assustadoras. Doria é a prova de que o #elenão usado para atacar Bolsonaro é pura falácia eleitoreira. Não é uma luta entre democracia e fascismo.