Números de acidentes em frigoríficos são alarmantes, mas os patrões querem fazer parecer insignificantes

Apesar dos órgãos que as realizam pesquisas apresentarem números completamente diferentes em relação aos acidentes e doenças ocupacionais, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), 700 mil, e a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro) correspondendo a cerca de cinco milhões de trabalhadores, em ambas as estatísticas, apesar de estarem muito longe da realidade, os números falam por si só. A diferença entre os dados entre um e outro órgão é de 86%.

Os frigoríficos, um dos setores da produção que tem o maior índice de acidentes e doenças ocupacionais, há toda uma manipulação para esconder o tamanho da destruição aos  operários, para se ter uma ideia, em primeiro lugar, no setor de recursos humanos não se pode sequer falar as palavras Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT), também não se reconhece, nem se recebe o Atestado médico, principalmente quando há afastamento.

Para confirmar a política dos patrões da empresa, por exemplo, na Seara, empresa do grupo JBS/Friboi, localizada em Osasco, região da grande São Paulo, existe um quadro de avisos enorme onde, um dia após o outro se encontra, em letras, também muito grandes os seguintes dizeres, mais um dia de trabalho sem acidentes com afastamento, enquanto se vê com frequência, trabalhares com membros do corpo enfaixados ou mesmo engessados e com talas de proteção.

Os frigoríficos é um ramo de atividades profissionais com o maior índice de acidentes e doenças ocupacionais no Brasil, chegando a ser de quatro a sete vezes maior do que qualquer outro ramo de atividades, é, sem sombra de dúvidas, uma máquina de destruição de seus funcionários e os patrões destes, verdadeiros assassinos que, para obterem altíssimos lucros, mutilam e matam.