Nina Simone, 85 anos: um legado de música e luta

Nina Simone, a voz inigualável que marcou o jazz e o blues em um período onde o movimento negro se ascendia na luta pelos direitos civis nos EUA, movimento esse do qual ela fez parte. Nascida Eunice Kathleen Wayman, na Carolina do Norte, onde suas chances de ascender eram mínimas, sabendo que os pais não permitiriam que se lançasse como cantora, ela adotou o nome artístico Nina Simone para que pudesse cantar sem que os mesmos soubessem.

Sendo um marco na música norte-americana, Nina despertava no público as mais diversas sensações diante de sua entrega durante toda a apresentação que vinha sem muito esforço, a maestria que possuía com o piano em conjunto com sua voz impactante e inconfundível tornava cada show mais memorável a quem assistia. Para além disso, ela teve presente no movimento negro, fazendo parte da luta da população negra pelos direitos civis. Músicas de sua autoria como “Mississippi Goddam” gerou grande impacto naquele momento onde a música falava do assassinato de quatro crianças negras em um igreja e possuía um forte cunho político.

No dia 21 de fevereiro faria 85 anos, fato é que Nina Simone até os dias de hoje ainda causa arrepios a quem ouve a imensa coleção de músicas por ela produzida, o legado deixado por ela é de uma mulher que esteve presente na luta pelos direitos elementares de todo um povo e que soube representar ricamente a música com sua voz potente e uma irreverente interpretação.

Nina já na fase final de sua vida se mudou para a França, onde faleceu no ano de 2003 em decorrência do avanço no câncer de mama que enfrentava. Uma grande artista se ia, mas que todos os seus feitos na música viria a se tornar uma das maiores referências e influenciadora para a história do jazz e do blues.