Da redação – A verba do Museu da Fundação Roberto Marinho no Rio é 24 vezes maior que a verba repassada pelo Estado para o Museu Nacional. O resultado desse descaso foi o incêndio desse patrimônio histórico do povo brasileiro.
Segundo dados da prefeitura, o Museu Roberto Marinho já recebeu R$ 4 milhões em verbas federais esse ano, valor que irá completar R$ 8 milhões até o fim do ano. A essa quantia, somam-se outros R$ 27 milhões, que vieram de “patrocínios e receitas operacionais”.
Enquanto isso, sem apoio do Estado ou da burguesia, o Museu Nacional teve de se sustentar com R$ 346,3 mil reais do Estado e por meio de vakinhas financiadas pelo cidadão privado comum. A consequência disso foram três anos sem manutenção básica que culminaram na catástrofe para a humanidade que foi o incêndio do local junto a todo acervo de valor inestimável que continha.
O cinismo burguês é imensurável: ele tem a capacidade de negligenciar voluntariamente um patrimônio histórico em detrimento de outro pela relação de poder econômico que cada um possui. Enquanto o Museu da Fundação Roberto Marinho enaltece o capital golpista, o Museu Nacional, ligado ao Estado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enaltece um bem público, e a própria universidade pública. Com a pauta de privatização do Ensino Superior, o governo optou por reduzir o repasse de verbas para as instituições públicas de ensino, da qual o Museu Nacional dependia para se manter. O auge do cinismo, será a associação do incêndio com a suposta “necessidade de privatização”. Esse tipo de retórica burguesa é tradicional, por isso, sempre é preciso desconfiar daquilo que a burguesia noticia em sua imprensa.