Morre Raquel Trindade, escritora e artista, filha de Solano Trindade.

Morreu na madrugada do último domingo, dia 15, a escritora, artista plástica, folclorista e dançarina Raquel Trindade, uma das figuras mais importantes da cultura regional e do País. Filha do poeta Solano Trindade, fez de Embu das Artesnão só local de sua residência, mas também palco de toda sua obra.

Raquel tinha 81 anos e a causa da morte não foi informada pela família. O velório aconteceu no Teatro Popular Solano Trindade, fundado há 43 anos por ela em homenagem ao seu pai, que em 1950 criou o Teatro Popular Brasileiro, o corpo foi sepultado na segunda feira.

Raquel Trindade foi responsável pela fundação da Nação Kambinda de Maracatu. Mesmo sem diploma universitário, foi docente da Unicamp, com o grupo Urucungo, Puítas e Quinjengues [nomes de instrumentos musicais bantos], e era a intelectual responsável pelo curso de extensão Identidade Cultural Afro-Brasileiro, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Era conhecida também pelo apelido de “rainha Kambinda”, uma referência a nação africana Cabinda, reconhecida por ser matrilinear. Considerada uma griot, mestra guardiã do conhecimento, história e cultura dos povos afro-brasileiras, Raquel é autora do livro Embu: de Aldeia de M’Boy a Terra das Artes, publicado em 2004 e reeditado pela Nova América Editora, em 2011.

Nas artes plásticas, fez sua primeira exposição individual em 1966 e foi uma das fundadoras do movimento de artes de Praça da República, em São Paulo. Em 2012, recebeu a condecoração no grau de Comendadora da Ordem do Mérito Cultural.

Raquel Trindade deu, anos atrás, uma entrevista exclusiva à Causa Operária TV, falando de seu pai,  que  foi um homem do seu tempo, que falava dos problemas sociais do País, e do povo negro, da atualidade de seus versos.

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