Moradores de rua de Porto Alegre denunciam tortura de policiais

Da redação  – Na quarta-feira passada, 27 de junho, foi divulgada pela imprensa local de Porto Alegre, uma denúncia sobre a tortura sofrida pelos moradores de rua. O local das entrevistas foi o viaduto Açorianos, que abriga diversos moradores de rua da capital sulista.

“Praticamente um dia sim, um dia não, tem espancamento”, diz moradora, mostrando suas cicatrizes de espancamentos passados. “Eles dão choque, eles afogam. Botam um pano no rosto das pessoas e começam a largar água. Dão choque com a pessoa molhada. E espancam. Eles querem saber quem é o patrão, quem é o homem, quem traz”.

Integrante do Conselho Estadual de Direitos Humanos e do Comitê Estadual Contra a Tortura, Carlos D’Elia, diz: “São reiterados os relatos que chegam para a gente de abordagens, todas em relação a moradores de rua, mais especificamente daquele viaduto, que são muito violentas”. Os dois órgãos estão acompanhando o caso.

Mesmo com a série de denúncias, a polícia insiste com seu cinismo dizendo que, “Não tem nenhuma denúncia sobre isso.” Fala que fazem diversas abordagens no local por exercício da ordem e da segurança, no “combate ao tráfico de drogas”. E termina: “Quanto a ações violentas, todas as ações são feitas ali à luz do dia. Se houver qualquer tipo de prova, testemunha, a gente abre a investigação ou um inquérito para investigar, mas eu não tenho nenhuma notícia que aponte para qualquer ação mais violenta ou fora da técnica dos policiais. Se aparecer, a gente toma as medidas necessárias para a investigação”, diz o tenente-coronel Mohr Picon.