Monarquistas se juntam a Bolsonaro para enfrentar a esquerda

Todo mundo sabe que a direita está sem muitas opções para as eleições de outubro. Com o golpe de 2016, os principais partidos que alcaçaram o poder, como o PSDB e o MDB, tiveram que colocar em prática suas políticas econômica e socialmente destrutivas e, com isto, ganharam uma enorme rejeição popular, deixando a direita sem candidatos palatáveis para a Presidência.

É neste contexto que emerge a figura de Jair Bolsonaro/PSL, um elemento de extrema direita, que não conta com o apoio de um grande partido, nem de sua base originária, as Forças Armadas, mas que atrai um eleitorado reacionário igualmente descontente com as posições da direita tradicional, e que assume de forma mais declarada sua posição de classe oposta à dos trabalhadores.

Assim, a cada dia que passa, mais elementos conservadores, como os da Bancada da Bala do Congresso e diversos membros das polícias civis e militares de todo o país, enxergam em Jair Bolsonaro um forte aliado para enfrentar a esquerda e derrotar as demandas populares, e, desta forma, conseguir manter seus privilégios.

Nos últimos dias, foi a vez de nomes ligados aos herdeiros da família real brasileira, que defendem – sem qualquer apoio popular – a restauração da Monarquia, como o “príncipe”, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, interessado em se lançar candidato a deputado federal pelo PSL no Rio de Janeiro, demonstrarem seu apoio tanto à candidatura de Jair Bolsonaro.

Ambos indicam que possuem visões semelhantes e ultra reacionárias em temas relacionados ao direito à vida, à proteção da família e à propriedade privada, os quais se traduzem, é importante dizer, na proibição do aborto e no ataque aos direitos das mulheres; no controle das formas de organização familiar, buscando excluir do conceito os homossexuais; e na ofensiva contra os movimentos populares e as políticas de distribuição de renda no País.