Militares: “coletiva” de imprensa exclusiva para a rede Globo

Em coletiva que ocorreu na terça-feira, 27, para imprensa golpista (Globo), militares anunciam claramente, e sem constrangimento algum, suas pretensões: acabar, definitivamente, com a democracia brasileira, com amplo apoio do desgoverno golpista de Temer.

A entrevista coletiva do general interventor do Rio de Janeiro, contou com perguntas que só poderiam ser feitas por escrito, não sendo permitidas por via oral. Só foram respondidas as feitas por veículos ligados à imprensa golpista Globo, bem como do Estadão. Todavia, diferente do que se pensa, houve, obviamente, outras dúvidas, de outras pessoas. Comentários, reclamações. Posicionamentos contrários. A dúvida que surge automaticamente é: por que não foram aceitas e respondidas, tais quais as outras?

A resposta é simples: é característico dos militares ignorarem o direito a liberdade de expressão, bem como a democracia. Sendo assim, só foram aceitas perguntas, comentários, e demais expressões que fossem analisadas e aprovadas pelos militares.

Dentre o conteúdo absurdo da coletiva, destacam-se pontos importantes: como já dito anteriormente pelo general golpista Villas Bôas, os militares devem poder agir com a garantia de não ser criada uma nova Comissão da Verdade. Ou seja, ter liberdade para cometer atrocidades sem que sejam apontados e culpados. Uma expressão clara de que farão todo possível para reprimir e calar a população, o que já estão fazendo.

Além disso, como se sabe, assumiram o Ministério da Defesa e nomearam o novo chefe da Polícia Federal. O golpe militar sendo consolidado de maneira clara e efetiva.

Implantaram no Rio uma forma de controle inconstitucional, colocando as favelas em condições de guetos. Abordando pessoas, fotografando-as e fichando-as. Artimanhas claras do Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Inconstitucional, o General Sérgio Etchegoyen.

Deixaram claro também o que já se sabe: intervenção no Rio de Janeiro é apenas o começo, o objetivo é intervir em todo país, implantando um regime de terror, regado a golpes e inconstitucionalidades, característico dos militares.

A intenção dos militares e de todo governo golpista é clara: calar e reprimir a população, barrando lutas e mobilizações populares que visem derrubar a corja golpista. Porém não se pode ceder. É preciso lutar, muito. É necessária uma ampla mobilização popular para derrotar o golpe, a intervenção militar e todas essas atrocidades que são apenas o começo de uma intervenção em escala nacional.