Líderes comunitários são ameaçados de morte devido as denúncias contra a mineradora

Denuncias protocoladas na Secretaria de Justiça do estado do Pará comprovam que os líderes comunitários da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama) estavam sendo ameaçados de morte em decorrência das denuncias realizadas contra as mineradoras, em especial a Hydro Alunorte, que estavam contaminando as milhares de famílias que vivem nos igarapés e dos  rios do município de Barcarena, no Pará.

O advogado Ismael Moraes, que representa a Cainquiama confirma que após as denúncias contra a Hydro Alunorte, as lideranças comunitárias foram ameaçadas de morte antes mesmo do desastre ambiental. Ismael já havia protocolado na Promotoria de Justiça Militar do Pará um pedido de investigação sobre as ameaças a Bosco Oliveira Martins Júnior, um dos diretores da Cainquiama, que estaria na lista de pistoleiros desde o ano passado. O pedido de proteção realizado pelo advogado ao líder comunitário Bosco na  Secretaria de Segurança Pública (Segup) no dia 1º de fevereiro deste ano foi recusado pelo secretário Jeannot Jansen.

Bosco ainda corre risco de vida e continua sem proteção do estado diante das ameaças, mas a falta de apoio do governo golpista do tucano Simão Jatene e do secretário de justiça do Estado, Jeannot Jansen, resultou no assassinato brutal do líder comunitário Paulo Sérgio Almeida Nascimento, nesta segunda-feira (12/3).

O governo golpista do Pará é uma ferramenta dos latifundiários, grileiros de terra e mineradoras para atacar os movimentos sociais de luta pela terra e de comunidades tradicionais. Utilizam a polícia como uma milícia dessas entidades e a justiça para acobertar os crimes realizados contra as comunidades e recusar proteção destes contra a ofensiva violenta de pistoleiros contratados por latifundiários e mineradoras.

Esses crimes têm que ser colocados na conta dos golpistas, que estão criando as condições para um verdadeiro massacre contra a população pobre e explorada do Pará, pois fica clara a omissão e, em muitos casos, o envolvimento das forças do Estado do tucano Simão Jatene nesses crimes.