Libertadores ao gosto da burguesia

Nesta semana foi dado mais um passo para afastar o futebol do povo. Foi decidido pela Conmebol que, a partir de 2019, a Copa Libertadores terá final única, em campo neutro. Ou seja, muito longe da grande maioria da torcida dos times.

O que vemos, não só no Brasil, mas também na América Latina inteira, é uma adesão cada vez maior de práticas europeias e norte-americanas, que encarecem os ingressos, afastando o povo dos estádios, e procuram destruir qualquer tentativa de organização independente dos torcedores, impedindo a participação da torcida na vida política dos clubes e do futebol como um todo.

As arenas, caríssimas e construídas cumprindo todas as exigências da FIFA para a Copa do Mundo, seguem vazias, ou servindo apenas para receber festivais de música e outros eventos que nada têm a ver com futebol.

A tendência, com o domínio cada vez maior do imperialismo em instituições como a FIFA, Conmebol, Uefa, etc, é que só teremos estádios com camarotes, com ingressos caríssimos e torcedores burgueses, enquanto que a verdadeira massa apaixonada das torcidas dos clubes ficará restrita a acompanhar o seu time pela televisão (e ainda por cima no horário que a Globo quer).

É preciso haver uma reação de todos os setores populares organizados do futebol, que ainda restam, para protestar contra essas medidas absurdas, que estão cada vez mais elitizando o esporte mais popular do mundo.