Latifundiários pedem prisão de agente da Pastoral da Terra e justiça golpista do Pará acata

A Federação da Agricultura e Pecuária do Para (Faepa), representante dos latifundiários, grileiros e madeireiros do Pará está financiando uma enorme campanha contra os movimentos sociais de luta pela terra e entidades de apoio.
Após dezenas de assassinatos após o golpe de Estado em 2016, em que os latifundiários tomaram de assalto o governo federal e estadual, e colocam em prática uma ofensiva violenta contra lideranças e famílias indígenas e sem-terra. O alvo agora é a Comissão Pastoral da Terra do Pará (CPT), na pessoa do Padre Amaro Lopes da Silva, sucessor da missionária Doroth Stang, assassinada por estes mesmos latifundiários em 2005, Pároco Santa Luzia em Anapu/PA e membro da Comissão Pastoral da Terra e apoiador dos trabalhadores sem-terra da região.
Como é de costume da direita, o presidente da Faepa, o latifundiário Carlos Fernandes Xavier, escreveu um documento acusando o Padre Amaro e a CPT de comunistas e outras acusações morais sem nenhuma prova ou indícios.
Os latifundiários paraenses se aproveitam das arbitrariedades realizadas pelo judiciário golpista e entram em acusações totalmente forjadas na mentira e dissimulação, onde o Padre Amaro é acusado de “associação criminosa, com o fim de cometer diversos crimes, tais como, ameaça à pessoa, esbulho possessório, extorsão, assédio sexual, importuna ofensa ao pudor, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro”. Diversos crimes sem nenhuma fundamentação.
O padre foi preso no dia 27 e encaminhado para o Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), o mesmo local onde estão presos os assassinos da missionária Doroth Stang.
O que mais chama a atenção é que o judiciário golpista e a polícia do Estado, sob o comando do golpista tucano Simão Jatene, que está atacando duramente os sem-terra em favor dos latifundiários, agora atacar uma liderança que apóia esses movimentos de luta pela terra no Pará.
Fica evidente a perseguição política e o aprofundamento dos conflitos na região, em especial, em entidades que denunciam amplamente a violência do latifúndio, como a CPT.
Essa prisão vem com o aprofundamento do golpe, com os latifundiários atacando a caravana de Lula com tiros e violência, que apoiado na perseguição e arbitrariedades do judiciário golpista, aumento da violência da PM e formação dos esquadrões da morte contra lideranças de movimentos sociais.
É preciso lutar contra essa farsa e contra os golpistas que acusam as lideranças para justificar a violência e desmoralizar a luta pela terra.