Latifundiários ameaçam camponeses no Piauí para acelerar grilagem de terras

Após o golpe de estado em 2016, os latifundiários do Piauí iniciaram uma ofensiva contra os camponeses e comunidades tradicionais que vivem e trabalham há gerações no cerrado piauiense.

As famílias das comunidades tradicionais dos municípios de Baixa Grande do Ribeiro, Santa Filomena, Gilbués e Bom Jesus estão sofrendo ameaças quase que diárias dos latifundiários e grileiros de terras dessa região. A região é cobiçada pelos latifundiários e empresários estrangeiros, pois está localizada no chamado MAPITOBA, iniciais dos estados que compõe uma região de expansão da fronteira agrícola no cerrado pertencente ao Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia.

As terras ocupadas há décadas pelas comunidades não possuem documentos, o que facilita  trabalho de grilagem dos latifundiários, e é utilizada de maneira coletiva por essas famílias. Por esse motivo, latifundiários ameaçam de morte as famílias e estão tomando suas terras com a anuência do judiciário golpista e das forças policiais.

No ano passado o latifundiário Bauer Souto Santos colocou pistoleiros para atacar as famílias e ameaçar o comunitário Adaildo Alves da Silva. O registro das ameaças de morte não resultou em nenhuma medida de proteção do seu Adaildo, onde por pressão os policiais foram investigar, mas como sempre fizeram vistas grossas e não resultou em nenhuma medida.

Outra frente dessa ofensiva dos latifundiários foi na frente do legislativo e executivo do Piauí, pois após o golpe, os latifundiários conseguiram aprovar uma lei que legaliza a grilagem de grandes extensões de terra em detrimento das comunidades tradicionais que vivem nessas terras através da Lei 6.709/2017.

Essas ofensivas violentas realizadas pelo latifúndio com pistolagem e ação policial, e na frente de retirada de direitos conquistados, está ocorrendo em todo o Brasil e que se aprofundou após o golpe.

Os camponeses não devem colocar sua luta nas mãos da justiça golpista que apóia e é base de sustentação dos golpistas e latifundiários, mas devem colocar suas forças na sua própria luta através de ações de ocupação, fechamento de rodovias, direito a autodefesa e impedir o acesso dos latifundiários a suas terras com as medidas necessárias.