Julgamento de Lula: direita organiza chantagem contra membros do STF para conseguir condenação

Na tentativa de intimidar a Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), para negar o habeas corpus de Lula, a imprensa golpista está pondo em destaque diversas matérias com seu nome, chamando a atenção para o fato de que seu voto é imprevisível, e que ela é uma figura discreta e avessa à exposição pública, não fala fora dos autos.

Estas deveriam ser as características de todo e qualquer juiz que se preze. Mas a burguesia acostumou com os juízes-fontes de informação, aqueles que passam dados e emitem opiniões sobre processos como se fossem verdadeiros furos de reportagem. Todo mundo conhece o estilo dos garotos-propaganda dos bancos e das petroleiras estrangeiras, o juiz Sérgio Moro e o Ministro Luis Roberto Barroso do STF; criam leis; dão lição de moral; indicam caminhos para o Brasil crescer; clamam pelo fim do direito de defesa; para evitar a impunidade, achincalham teses que lhe desagradam; enfim, dão muitas entrevistas proveitosas para a burguesia, e garantem a ela certa tranquilidade com o destino dos processos de cunho político.

Mas, quando o juiz é age como deveria acontecer regularmente e não proclama sua posição antes do julgamento, a imprensa fica desesperada. Resta a especulação e a pressão, já que este mesmo juiz deve, muito provavelmente, ler as matérias que saem na TV e nos jornais burgueses, e se sentir afetado de alguma forma.

No caso do Estadão, eles até confessam que “ao longo dos últimos cinco meses, a reportagem conversou com advogados, ministros e auxiliares, tanto do STF quanto do TSE, para traçar o perfil da ministra”, e que, durante uma rápida entrevista no dia 22 de março, eles aproveitaram para reiterar que a “bola” do julgamento de Lula estaria com ela. A ministra Rosa Weber, no entanto, ignorou.

Diante do fato de que a magistrada não antecipou explicitamente seu voto, no caso do habeas corpus de Lula, não faltam manchetes direcionadas a ela, lembrando-a de que a Corte está desgastada perante a opinião pública, que o Movimento Brasil Livre (MBL) já lançou uma campanha nas redes sociais para que a ela “não os decepcionasse” e rejeitasse o pedido do petista.

Lembraram também que o “homem da moralidade”, o juiz Sérgio Moro, mantém forte a expectativa de ela não vai mudar o precedente do STF, que possibilita a prisão antes do trânsito em julgado da condenação.

E arrematam: o ex-presidente é “ficha suja” e, por isto, não poderia registrar uma eventual candidatura quando a ministra se tornar presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso seja registrada a candidatura, os jornais já deixaram claro que duas fontes, a propósito, dois juízes revelaram, sob a condição de anonimato, dúvidas sobre a capacidade de gestão da ministra, que comandará o TSE durante as próximas eleições, que prometem ser turbulentas.

Com isto, fica evidente que o povo não pode deixar a imprensa burguesa controlar os agentes público. É necessário combater os ataques da burguesia contra a população denunciando, saindo às ruas, protestando, e acima de tudo, impedindo a prisão ilegal dos líderes populares por parte destes usurpadores.

Se a direita pressiona para rasgar a Constituição e prender Lula por cima do que determina a Lei, os trabalhadores e suas organizações precisam deixar claro que agirão, pelos meios necessários, com a força de sua mobilização, para defender os direitos democráticos de Lula e de todo o povo brasileiro.