Jonal francês expõe desigualdade e é vendido para homens por preço maior

Na edição deste 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, o jornal francês Libération decidiu expor a desigualdade econômica entre homens e mulheres de uma forma bastante explícita, cobrando nesta edição 2,50 euros para os homens e 2 euros para as mulheres.

A publicação também anunciou que o lucro potencial da edição será doado ao Laboratório da Igualdade, associação que luta pela equiparação profissional entre homens e mulheres.

O jornal, que foi fundado por Jean-Paul Sartre após o movimento revolucionário de maio de 1968 na França, é considerado de esquerda e, nos seus primeiros anos, foi pioneiro em uma série de ações, como por exemplo a recusa de aceitar propagandas em suas páginas. Até mesmo os classificados eram de graça. O Libération era financiado pelas suas assinaturas e dinheiro da venda em bancas.

Na França, a diferença salarial entre homens e mulheres continua sendo de 25%. Em toda União Europeia, de acordo com a agência Eurostat, cada euro recebido por um homem, equivale a uma média de 84 centavos para as mulheres. No Brasil, o cenário é ainda pior, com os homens ganhando um salário médio de R$ 2.251 e as mulheres ganhando R$ 1.762, segundo pesquisa de 2017.