Israel pode? Netanyahu ameaça jogar bombas atômicas pelo Oriente Médio

Da redação – Nesta quarta-feira (29), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou: “Aqueles que ameaçam nos eliminar se colocam em perigo semelhante e, de qualquer forma, não atingirão seu objetivo”. Ou seja, ameaçou países da região, especialmente o Irã, de serem “eliminados”. A ameaça não foi feita em qualquer lugar. Netanyahu estava visitando um reator nuclear israelense perto da cidade de Dimona, em uma cerimônia para rebatizar o reator com o nome do falecido político de extrema-direita Shimon Peres.

A declaração de Netanyahu não foi gravada, mas ele fez questão de torná-la pública, em uma transcrição divulgada por seu gabinete. Israel nunca negou ter uma bomba atômica, embora também não afirme possuir um arsenal nuclear. No entanto, faz ameaças livremente sem sofrer nenhum tipo de pressão ou sanções econômicas. Pelo contrário, Israel, um enclave imperialista no Oriente Médio, recebe bilhões de dólares dos EUA para se armar contra os vizinhos e ameaçar toda a região de forma permanente.

Enquanto isso, o Irã sofre sanções econômicas desde a revolução de 1979, quando o controle dos EUA sobre o país foi destruído. O pretexto para as sanções econômicas é justamente o programa nuclear iraniano. O acordo nuclear entre EUA, União Europeia e Irã fechado durante o governo de Barack Obama previa o fim das sanções. Netanyahu fez uma forte campanha contra o acordo, inclusive no Congresso norte-americano, para tentar manter o estrangulamento da economia no país. As sanções visam isolar o Irã economicamente, não apenas suspendendo o comércio com o país, mas punindo quem fizer.

Nesta situação, Israel ameaça todos os países da região, enquanto os outros governos são proibidos de criar seu próprio arsenal nuclear para se defender. Israel pode ter bombas atômicas, mas seus vizinhos não. Com direito a ameaças públicas de Netanyahu.