Internacional do Tio Sam: PSTU acusa governo da Nicarágua de ser uma “ditadura”

O PSTU é o partido da esquerda que conseguiu se indispor com a classe trabalhadora por ter apoiado o golpe de 2016. Em uma tresloucada narrativa, ignoram toda a deformação imposta ao frágil Estado democrático de direito nacional, corroborando a opinião da grande imprensa, que afirma que a culpa do que vem acontecendo é do próprio PT. Sua central sindical, a Conlutas, insiste que não é função do trabalhador defender Lula da prisão política e da pilhagem de seus direitos políticos. Afirmam que o ex-presidente não sofre perseguição e que ele tem bons advogados (?!).

A miopia absoluta do partido, todavia, não se volta unicamente à conjuntura nacional. Em todos os conflitos internacionais causados pelo imperialismo, que derruba governos eleitos sem quaisquer cerimônias quando estes não seguem suas diretrizes, o PSTU levanta a bandeira dos agressores. Por seguir essa lógica, cometeram o absurdo de apoiar o golpe no Egito, em 2013, quando o Ministro da Defesa Al-Sisi derrubou o presidente Mohamed Mursi.

Agora, o partido defende a derrubada do governo da Nicarágua, que, a exemplo de outros países da América Latina, enfrenta um levante de aparência popular arquitetado e financiado pelos Estados Unidos. Com referências morais, “denunciando” a corrupção e o apoio da Venezuela na consolidação daquilo que chama de Dinastia Ortega, o PSTU engrossa o coro da imprensa burguesa, chamando o presidente de ditador sanguinário e apoiando a  “revolução popular” que quer derruba-lo.

Contra a desinformação, não há arma senão o esclarecimento. Em contraponto ao grupo que rotula de Revolução qualquer amontoado de coxinhas nas ruas, o companheiro Rui Costa Pimenta apresentou uma profunda análise da questão nicaraguense na última edição do programa Análise Internacional. Vale a pena conferir para entender a complexidade da situação e relacionar, pela lógica, a tentativa de golpe na Nicarágua à investida imperialista que toma conta de todo o mundo.