Imprensa golpista esconde, mas imprensa internacional vê golpe militar no Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro, desde o final da última semana, vive um golpe militar. A intervenção federal com suas forças repressivas, que servem para executar a população negra e pobre, é a primeira atuação militar direta na ingerência da segurança pública desde a promulgação da Constituição de 1988.

A imprensa internacional, como o jornal francês “Le Monde”, descreve a situação do golpe militar no Rio de Janeiro com “perplexidade e medo”. Ressalta que o golpista presidente do Brasil, Michel Temer, possui uma impopularidade histórica. Assim, afirma que a argumentação de que a intervenção militar é para reestabelecer a segurança pública não pode ser considerada, pois intervém diretamente nas forças políticas cariocas.

Claire Gatinois, correspondente do jornal em São Paulo, afirma se a politização demonstrada pela população no carnaval não agilizou essa tomada de decisão, por mais impopular que seja, pela parte de Temer. As demonstrações da população nas escolas de samba e nos blocos de rua, de uma maneira nacional, mostraram a indignação com o regime político.

O jornal francês ainda salienta que pode ser uma medida desesperada de Temer tentando satisfazer um eleitorado mais extremista de direita. Tentaria, dessa forma, agradar as famosas “viúvas da ditadura militar”, de modo a avançar minimamente em popularidade e em intenções de voto. Embora a imprensa internacional esteja denunciando, não se pode ter nenhum tipo de ilusão com uma análise dessas. Todo golpe militar é antipopular porque é antipovo.

Enquanto isso, a grande imprensa nacional alinhada com os interesses imperialistas, sequer fala sobre golpe. Mídias como as Organizações Globo e Estadão não usam nem o termo intervenção militar, contudo para enganar a população, a expressão utilizada é intervenção federal. Uma manobra para esconder o que o mundo todo já está vendo: um golpe militar no Rio de Janeiro.

Para conter essa saga destrutiva dos golpistas, contra a população e seus membros menos favorecidos, a única forma de enfrentamento é ir às ruas contra o golpe de Estado. O golpe sofrido por Dilma Rousseff, o PT ( que agora se apresenta na tentativa de prisão de Lula) e a população brasileira configura a situação política que beneficia intervenções da burguesia, como no caso a militar no Rio de Janeiro. Pela imediata anulação do impeachment, não à prisão de Lula e fora exército do Rio de Janeiro.