Imperialismo tenta sabotar acordo entre Coreias: cúpula acontece em Pyongyang

Da Redação – Pela terceira vez neste ano Coreia do Norte e Coreia do Sul realizam reuniões dando continuidade aos avanços diplomáticos conquistados recentemente. O presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in e o líder norte-coreano Kim Jong-un, estão realizando reuniões nesta terça e quarta-feira em Pyongyang. Desta vez, a delegação que acompanha o presidente contará com a presença de personalidades culturais, diversos ministros e empresários que visitarão o vizinho do norte.

O objetivo da reunião é tratar de melhoria das relações entre os dois países, projetos humanitários e aspectos econômicos. A Coreia do Norte, que sofre com um bloqueio econômico atroz encabeçado pelos Estados Unidos (o que lhe confere a injusta alcunha de “país mais fechado do mundo”, como se fosse uma escolha individual e não uma imposição) busca iniciar um processo de reversão das graves sanções.

O líder da República Popular Democrática da Coreia do Norte já expressou em diversas oportunidades o desejo em reunificar as duas Coreias. A população sofre há mais de meio século com a separação dos dois países, que remonta ao final da Segunda Guerra Mundial, o que foi agravado por um verdadeiro massacre patrocinado pelos Estados Unidos e pela ONU durante a Guerra da Coreia.

Donald Trump, o presidente que foi eleito sem o consenso de apoio do imperialismo, e Kim Jon-un, vêm protagonizando, desde de 2016, um duelo. Com a conclusão exitosa do programa nuclear da Coreia do Norte, fato que deixou em estado de alerta as principais potências capitalistas, as ameaças contra o líder nacionalista alcançaram níveis inéditos. Por outro lado, as contradições da política externa do próprio Trump, proporcionaram uma reaproximação inédita, embora perniciosa, entre os dois países.

Entretanto, o imperialismo tem colocado uma série de barreiras na reaproximação da Coreia do Norte com o Sul e com os Estados Unidos. Não é a política imperialista a conciliação com países explorados, ainda mais aqueles que se atritam o imperialismo, como o governo de Kim Jong-un. Os EUA não diminuíram as sanções terroristas contra o país asiático e continuam pressionando por um desarmamento total de Pyongyang, para que o país fique indefeso diante da grande agressão imperialista.

Uma dessas táticas, além da pressão econômica e militar, é boicotar a integração Norte-Sul e com outros países interessados, especialmente os rivais dos EUA, China e Rússia. Recentemente, o comando da ONU na Coreia (controlado pelos EUA) impediu a conexão entre a ferrovia norte e sul-coreana, o que transformaria a linha em ferrovia transcoreana, um acontecimento de grande importância para driblar o bloqueio econômico da Coreia do Norte. Além disso, a transcoreana se conectaria com a ferrovia transiberiana que leva produtos para a Rússia e Europa. Isso integraria a Coreia do Norte e diminuiria o poder do imperialismo na pressão contra o país.