Herdeiro de Mário Covas abandona PSDB por não concordar com Doria

Depois de ver murchar a possibilidade de ser o candidato a presidente pelo partido da direita imperialista, o PSDB, o prefeito almofadinha de São Paulo João Doria vislumbrou na candidatura ao governo do Estado de São Paulo uma saída honrosa diante do repúdio que tem até dentro do próprio ninho tucano.

Após a ala tucana contrária a sua candidatura a governador ver minguar a tentativa de prorrogar para maio as prévias que definirão o candidato do partido, o que implicaria na desincompatibilização do cargo de prefeito sem a garantia da indicação da candidatura ao governo, aparentemente a maré teria virado ao seu favor com a ajuda de seu antigo padrinho, Geraldo Alckmin, que teria garantido na reunião da executiva do partido as realizações das prévias ainda para o mês de março, como queria Dória.

Mas o prefeito das megalomaníacas ambições nem teve tempo para comemorar, o vereador Mário Covas Neto acaba de anunciar a sua saída do PSDB, por discordar da candidatura de Dória ao governo de São Paulo.

Muito embora o resultado da atitude de Covas Neto guarde relação muito mais com a figura do seu pai, como um dos fundadores do PSDB, do que pela sua importância política, a situação de conjunto não deixa de ser denunciadora do grau de desagregação dos tucanos no Estado mais importante da federação e controlado por esse partido há mais de 20 anos.

A desagregação dos tucanos em São Paulo deve ser entendida no marco do absoluto repúdio popular aos governos anti-povo de Doria e Alckmin, mas também no marco da crise do golpe de Estado em curso no Brasil, que teve o PSDB como um dos principais mecanismos de entrada do imperialismo norte-americano no movimento golpista.