Haddad: “o PT não tem preconceito” para votar em Alckmin em um segundo turno

Em entrevista promovida pelo Banco BGT Pactual na última quinta (9/8), Fernando Haddad, representando o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou em resposta ao jornalista Reinaldo Azevedo, que na hipótese de um segundo turno entre os direitistas Alckmin e Bolsonaro, “o PT não tem preconceito” em apoiar o candidato do PSDB.

No melhor dos casos, trata-se de uma absoluta ignorância do dirigente petista diante do golpe de Estado em curso no país.

A fim de justificar sua preferência, o representante do PT afirmou que “O PT e o PSDB, aqui em São Paulo mesmo, tiveram episódios muito interessantes”, se reportando ao apoio que Marta Suplicy deu ao candidato Mário Covas contra o candidato “espantalho”, Paulo Maluf, no segundo turno das eleições de 1998 e o apoio recebido do já governador Mário Covas nas eleições para a prefeitura da cidade, dois anos depois, contra o mesmo “espantalho”, Paulo Maluf.

Para não deixar nenhuma margem de dúvidas sobre a consideração que tem pelo ultradireitista candidato do PSDB, Haddad ainda afirmou que: “Na campanha eleitoral, se me perguntarem sobre o Alckmin, vou dizer a verdade. Em quatro anos, nunca vi um empresário sugerir uma conduta inadequada do Alckmin.”.

É verdadeiramente assombrosa a declaração de Fernando Haddad, justamente em um momento em que o candidato de seu Partido encontra-se preso há mais de quatro meses, por obra e ação do principal setor responsável pelo golpe de Estado no Brasil, o imperialismo e o grande capital a ele associado e que tem no PSDB a sua principal expressão política.

Portanto, o candidato que Haddad aventa apoiar, é o candidato dos “donos do golpe”, leia-se do imperialismo e da Fiesp. É o candidato que o golpe que impor, para isso vai fraudar as eleições, a começar pela impugnação de Lula – caso não haja um verdadeira rebelião popular no país -, para levar o golpe às últimas consequências.

Foi justamente o erro cometido pelo PT com essa pretensa política do “mal menor”, que permite o domínio do PSDB no principal estado da Federação há mais de vinte anos e transformou São Paulo no bastião do golpe no país.

Finalmente, com essa política do “espantalho”, os golpistas, que não são nada bobos, querem legitimar o golpe de Estado via eleições. Para eles, será o melhor dos mundos assegurar a condição da impugnação da candidatura de Lula, ter um “plano B” do PT que alce “vôo de galinha” e, no apagar das luzes, ter as maiores vítimas do golpe apoiando os seus algozes.