Golpistas do TSE querem forçar a retirada de Lula

Conforme antevisto nas análises da Causa Operária desde o impeachment de Dilma Rousseff, os golpistas estão usando de todas as suas armas para inviabilizar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2018 – e convém lembrar: o mesmo aconteceria com qualquer candidato que represente de fato setores populares da sociedade e que tenha chances reais de vencer o pleito. Afinal, o imperialismo golpista tem pressa em aprofundar os ataques à população, e se despendeu enormes recursos para conduzir o impeachment fraudulento, não entregará sem mais o comando do país de volta a qualquer candidato que tenha trabalhadores em sua base social.

Uma das frentes de ataque é, como de hábito, o Poder Judiciário. Agindo de modo francamente partidário, ministros golpistas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vêm aventando desde o registro da candidatura de Lula a possibilidade de cassar o tempo de propaganda eleitoral televisiva do PT, caso o Partido opte por manter a candidatura de Lula.

Na prática, é uma pressão pela adoção do chamado “plano B”, em que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e Manuela D’Ávila (PCdoB) seriam os candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República. Como se sabe, tal candidatura tem pouca ou nenhuma chance de vitória – pois depende integralmente de uma transferência de votos de Lula para Haddad difícil de ser feita com o ex-presidente na cadeia. Além disso, como se apontou, os golpistas têm todo um aparato na imprensa e no Judiciário para atacar as candidaturas. Como de hábito, em todo caso, toda fraude é possível na democracia burguesa, sobretudo em tempos de golpe.

Na mesma frente de ataque, na última sexta (24) o ministro do TSE, Sérgio Banhos, atropelou a lei e cedeu a um pedido da imprensa golpista para não divulgar a candidatura de Lula ou a agenda de Haddad em seus órgãos de jornalismo.

Ceder à pressão da direita, optando por um “plano B”, seria uma grande capitulação do PT. Seria a conivência com um processo eleitoral fraudulento – como o demonstram as manobras políticas dos ministros do TSE – em que o principal candidato foi preso sem provas. Seria ainda a legitimação desse processo, permitindo aos golpista legitimar pelas urnas um candidato de direita que aprofundaria o golpe. Seria, por fim, um potencial elemento de desmobilização da população na luta contra o golpe – e as 50 mil pessoas que compareceram ao ato de registro da candidatura de Lula atestam a vontade do povo em se organizar. Atender verdadeiramente ao clamor popular é lutar resolutamente contra o golpe e os ataques do imperialismo sobre as classes oprimidas, e não ceder a pressão golpista para referendar eleições manipuladas. Eleição sem Lula é fraude!.