Golpista e direitista, Estadão quer ensinar o que é esquerda

Em mais um editorial absurdo e pretensioso, o Estadão se propõe a decidir o que seria um “verdadeiro” partido de esquerda. O veículo da família Mesquita diz que ser de esquerda seria defender “liberdades civis e políticas”, e não criticar o capitalismo, pontuando ainda que a luta política nunca pode destruir os “pilares da democracia representativa”. É sempre muito estranho ler esse tipo de “clamor democrático” em um jornal que apoiou e participou ativamente na campanha para o golpe de 2016, assim como o de 1964.

O jornal golpista diz que a esquerda sofre uma carência de candidatos, pois essa pessoa precisaria rejeitar qualquer tipo de ditadura, assim como prezar pela Constituição e, ainda, “superar seus limites ideológicos radicais para se apresentar como governante de todos os brasileiros, e não apenas da patota”. Ou seja, segundo eles, o candidato ideal da esquerda seria a completa antítese de tudo o que o próprio jornal defende, e sempre defendeu, em suas páginas.

É claro que toda essa argumentação cretina serve apenas como pretexto para atacar o PT e, especialmente, o ex-presidente Lula. O argumento já começa absurdo, dizendo que foi o PT que “desmoralizou a política institucional”, ao corromper parlamentares e estatais. Ou seja, a corrupção no Brasil teria começado em 2002. Antes disso, vivíamos em um paraíso cor-de-rosa onde toda a população do país nunca teria roubado 1 centavo de ninguém.

Para este veículo porta-voz da burguesia golpista, o desafio do PT ao STF e a denúncia do golpe são inaceitáveis. Eles não admitem ataques às “gloriosas” instituições: Congresso, Judiciário e “imprensa livre”. Ou seja, o PT e todo o povo brasileiro deveriam apanhar e aceitarem quietos todas as arbitrariedades dos poderes e as mentiras da imprensa golpista.

O mais espantoso é que, segundo o jornal em sua conclusão, o PT seria “hostil à democracia” e muito “radical” para ser tolerado. Vejam bem, a burguesia golpista acredita que o PT, o partido que governou e conciliou com a própria burguesia durante 14 anos no poder, possui uma mentalidade muito radical para ser tolerada. Ou seja, o jornal não mudou em nada sua mentalidade de 1964 para cá, assim como toda burguesia nacional. Eles até tentam disfarçar com textos bem-escritos e extremamente manipulados, mas não conseguem esconder que na verdade, eles são apenas uma classe de parasitas que têm ódio do povo brasileiro.