Golpe na África do Sul: presidente é forçado a renunciar em campanha “contra a corrupção”

O agora ex-presidente sul africano Jacob Zuma, de 75 anos, renunciou contra sua vontade na última quarta-feira (14) à presidência da África do Sul, pela TV estatal do país.

Presidente desde 2009, Zuma foi pressionado por seu partido (que comanda o país desde o final do Apartheid), Congresso Nacional Africano (ANC – sigla em inglês), a renunciar supostamente por conta de inúmeras denúncias de corrupção e por favorecer setores do empresariado com concessões públicas.

Tão logo Zuma renunciou, o Parlamento da África do Sul elegeu em seu lugar, nesta quinta-feira (15), o ex vice-presidente Cyril Ramaphosa, que foi a pessoa responsável por toda a articulação contra Zuma.

O sindicalista e advogado Cyril Ramaphosa foi eleito presidente do partido ANC no final de 2017, quando desbancou a esposa de Zuma, Nkosazana Dlamini-Zumae. Ramaphosa fará o discurso de posse nesta sexta-feira (16).

O enredo é conhecido dos brasileiros e em muito lembra a queda da presidenta eleita Dilma Rousseff, quando seu vice, Michel Temer, articulou todo o tempo um golpe para assumir a cadeira da Presidência.

Não coincidentemente, a África do Sul, assim como o Brasil, é um dos cinco países que compõe o BRICS (juntamente com Rússia, Índia e China), organização de destaque no cenário geopolítico global.