Fim da batalha, mas não da luta: 27 dias de greve de fome pela liberdade de Lula

Da redação – Após 27 dias sem comer, os grevistas de fome decidiram interromper sua luta nesse sábado, 25, durante um grande ato político em solidariedade ao protesto, no Centro Cultural de Brasília (CCB), por conta das condições debilitadas de saúde em que chegaram. Jaime Amorim, Zonália Santos, Rafaela Alves, Frei Sérgio Görgen, Gegê Gonzaga, Vilmar Pacífico e Leonardo Soares, foram alimentados apenas com água e soro para denunciar a prisão política de Lula, a volta da fome no Brasil pós-golpe e pressionar o STF a votarem Ação Declaratória de Constitucionalidade 54, que pede a revisão da posição da Corte sobre a possibilidade de prisão apenas após condenação em segunda instância, afetando diretamente o petista, centro do golpe brasileiro.

O ato oficial que finalizou a luta dos ativistas, teve iniciou por volta das 11h, onde os grevistas apresentaram um manifesto decretando o fim do jejum alimentar. No documento, eles afirmam que a greve cumpriu o objetivo e contribuiu com a luta pelo enfrentamento aos retrocessos sociais que vem acontecendo no país.

Segundo Keli Mafort,  da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que acompanhou os grevistas ao encontro com Rosa Weber, a mensagem principal do movimento é: “Nós, brasileiros e brasileiras, através dessa ação dura, mas corajosa, não desistiremos do país. Estamos lutando para que não haja uma volta radical da fome e a miséria não se expanda. E para que sejam garantidos os direitos democráticos. Na nossa visão, nós ocupamos hoje o Supremo Tribunal Federal”.

O grevista de fome Jaime Amorim, afirmou que, “ao sair da greve temos consciência de que cumprimos um papel importante, ajudamos a mobilizar e organizar o povo, colocamos em pauta novas perspectivas para este país, evocamos a ideia de um Brasil-Nação para todos os brasileiros.[…] Nós saímos da greve para um outro patamar da luta, seguiremos lutando pela liberdade de Lula, mas olhamos para a frente vislumbrando o Congresso do Povo e a consolidação da Frente Brasil Popular como um instrumento de desenvolvimento político e social para toda nossa gente, abrigando a nova militância que surgiu da resistência ao golpe e vem crescendo cada vez mais, uma militância sem vícios, que está disposta a ajudar a construir uma nova história possível e necessária.”

Este partido operário deixa aqui sua solidariedade ao ato de coragem que visava levar um exemplo dessa manifestação como forma de mobilização das bases dos movimentos sociais aos quais pertencem os ativistas. Denunciamos amplamente que a miséria neste país é culpa da direita golpista, a mesma que articula golpes a mando do imperialismo dos EUA em países na América Latina, e que, frente ao ato dos grevistas, se calaram pois gostariam mesmo é que morressem logo.

Os grevistas comem uma boa refeição após o término oficial

Agora é hora de continuar a luta. O PCO convoca todos a tomar as ruas, pois há muitas outras formas de lutar contra o golpe, principalmente se organizando nos sindicatos, pressionando as bases do PT e da CUT para invadir Brasília no dia do julgamento de Lula. Os golpista já deixaram claro, de infinitas formas, que nenhuma medida jurídica vai mudar a atual situação, pois os mesmos estão organizando milícias e matando trabalhadores no campo, na cidade, e até mesmo imigrantes venezuelanos. Então, é apenas com o povo nas ruas e na marra que Lula será liberto e poderá ser candidato.