Feira paralela desmascara FLIP como monopólio da direita

A FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) deste ano conheceu sua concorrente, a FLIPEI (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes). Enquanto a primeira é bancada e representa as grandes editoras, que detém a maior parte do mercado de publicações literárias, e portanto representa em sua esmagadora maioria um pensamento voltado para a política burguesa, a segunda surge como um contraponto, trazendo para os leitores brasileiros, e por ventura para os curiosos de outros países que a princípio vieram conhecer a FLIP, editoras independentes com publicações que não encontraríamos nas grandes e vazias livrarias hegemônicas.

A FLIPEI é uma ideia da editora Autonomia Libertária, que em conjunto com quatorze outras editoras (Elefante, Dublinense, Boitempo, Lote 42, n-1 edições, Nós, Contracorrente, Veneta, Ubu, Relicário, Expressão Popular, Filosófica Politeia, Editora Hedra, Escola da Cidade), e tem como objetivo tomar de assalto em seu barco pirata àquela cidade colonial histórica e o maior evento literário da América Latina, como descrito no próprio site da editora Autonomia Libertária.

Iniciativas como essa são de extrema importância para contrapor a hegemonia das grandes editoras brasileiras, responsáveis ultimamente por publicarem livros: a favor da Lava-Jato, que exaltam de maneira estapafúrdia o golpe que está em andamento no Brasil, ou que simplesmente repetem alguns errôneos discursos acadêmicos que sustentam a política burguesa.

A festa literária termina nesta quarta (29), e esperamos revê-la nos próximos anos com um número ainda mais de editoras independentes, novos autores e publicações, para competir diretamente com o monopólio e a hegemonia burguesa no mundo literário.