A rede de cinemas Cinemark procurou a assessoria de imprensa do Prefeito de São Paulo, João Doria, para “doar” ao governo do prefeito “72 cine-semanas” para que veiculação de propagandas e anúncios de até 120 segundos em toda a municipalidade.
Como tudo nessa vida tem um valor de troca, as pretensões da rede de cinema com a doação geraram bastante suspeita. Por isso, depois de aberta uma representação por um vereador do Partido dos Trabalhadores (PT), foi instaurado um inquérito para investigar a legalidade da intrigante relação entre a Cinemark e o prefeito João Doria.
Já foi recomendado mais de uma vez ao prefeito de São Paulo que ele evitasse publicidade para fins de promoção pessoal, algo de que João Doria lançou mão outras vezes (como, por exemplo, com a logomarca da Cidade Linda) e que ofende a lei. Mas para a direita as recomendações da Lei não tem qualquer valor e tudo ficou por isso mesmo.
“O prefeito e a Municipalidade evitem a publicidade de atos e ações sem interesse finalístico da municipalidade e de conteúdo contendo promoção pessoal do prefeito ou outra autoridade, servidor ou de cunho político-partidário, direta ou indiretamente, mesmo subliminar, atendo-se a publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos apenas e tão somente ao seu caráter educativo, informativo ou de orientação social (artigo 37 da Constituição Federal) sob as penas da lei”, alertou o promotor Valter Foleto Santin.
Fosse um governo da esquerda e haveria uma enorme campanha na imprensa burguesa. Mas como se trata do almofadinha tucano, que está deixando a Prefeitura municipal, para ser candidato ao governo do Estado, a venal imprensa capitalista “perdoa”; a justiça encena uma atitude; mas tudo deve ficar do mesmo jeito.