Está mais que provado que a Lava Jato é uma luta política e não um processo jurídico

Uma notícia bastante extravagante desta última semana foi que os promotores da operação golpista Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), pediram que os recibos apresentados por Lula em um segundo processo do qual ele está sendo réu fossem todos rejeitados por serem falsificação ideológica. A acusação é de que o apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo (SP) foi uma propina recebida.

Eles alegaram, com a ajuda do monopólio de imprensa golpista, que os recibos tinham sido todos feitos no mesmo dia, na mesma hora, assinados todos juntos. A perícia mostrou que isso não era verdade, mas mesmo assim eles presumiram que as circunstâncias em que os recibos possivelmente teriam sido feitos, por exemplo, com a presença de um advogado de Lula juntamente com um cidadão que fez os recibos indicaria falsidade ideológica.

Quer dizer, para os promotores, se os recibos comprovam a inocência do Lula, eles são falsos. Esse é mais um dos milhares de escândalos que cercam o caso do ex-presidente da República, o processo está repleto de coisas absurdas, assim como no caso do “mensalão”, em que pessoas foram condenadas sem provas.

Isso tudo demonstra que não há, na realidade, nenhum processo jurídico. É mais do que provado, do que demonstrado, que se trata de uma luta política, um processo puramente político. Para a direita, é preciso liquidar uma figura que exerce o papel de liderança no Brasil, uma figura extremamente popular cujo governo foi derrubado de maneira totalmente ilegal, por um golpe de Estado. Isto é, não só apenas a pessoa, mas é preciso anular também o partido político no qual ele se apoia, os demais partidos de esquerda e as organizações sindicais, populares, etc, nas quais estes partidos se apoiam.

Ou seja, é todo um sistema político que foi sendo criado ao longo dos anos, que é um resultado complexo da mobilização e da luta dos trabalhadores desde o processo de luta para derrubar a ditadura militar que está sendo combatido.

Não se trata de um processo jurídico, não se trata da inocência de nenhum indivíduo em particular, é um processo de guerra política contra a organização e o desenvolvimento da luta dos setores explorados no Brasil nas últimas décadas.  É a perseguição de um regime dominado por uma direita contra todo um setor social, uma parcela importante da população, cujo objetivo é claro: declarar uma guerra econômica e social contra toda a população brasileira.